Salada de Frutas
Narração - Bella:
- Você está bem? - Me preocupei.
- Hmmmm. - Gemeu no mesmo tom que eu quando caí da árvore.
- Vou te ajudar. - Segurando nos azulejos, dei dois pulinhos. - Ainda bem que você é cabeça dura. - Sorri estendendo-lhe a mão. - Edward? - Ele estava um tanto distraído, seria uma conseqüência da pancada? - Edward? Você está legal mesmo? - Estalei os dedos tentando mantê-lo acordado. - Ei, e então? Fala! Me conta!
- Bem... - Sentou-se. - Foi... - Massageou a cabeça falando tão baixo que mal consegui ouvir. - Quero dizer... é tão... macio.
- O quê? - Fiquei confusa.
- O quê? - Voltou a si.
Tapei os lugares que pude e exigi a toalha. Ambos ficamos extremamente constrangidos. Foi um daqueles momentos em que você reza para ter sido só um pesadelo.
(...)
Ficamos sentados na cama, eu com uma compressa de gelo no tornozelo e Edward com uma na cabeça. Nenhum de nós ousou se pronunciar desde o incidente no banheiro.
A minha vergonha era tão grande que evitei até encará-lo, pois só conseguia pensar: caraca, ele pegou no meu seio.
Será que Ed também estava pensando no meu seio?
- Quer falar sobre o assunto? - Indaguei.
- Não. - Respondeu automaticamente. É, ele estava pensando.
Minha iniciativa de tratar o assunto com naturalidade foi por água abaixo. Aquilo não era nada bom para os meus planos e para nossa amizade.
De repente, Alice entrou no quarto feliz da vida. Ao olhar para nós, perguntou:
- O que as crianças aprontaram dessa vez?
Ed e eu trocamos um rápido olhar. O constrangimento dobrou.
- Nada. - Baixei a cabeça. Não era um bom momento pra falar que o selvagem me viu nua.
- EMMETT! - Ela gritou e meu amigo entrou no cômodo usando muletas.
- Meu Deus, o que aconteceu? - Fiquei apavorado.
- Aaahhh... - Ele gemeu como se estivesse morrendo. - Fiquei sexy? - Riu. - As muletas são pra você bananinha louca.
- Bananinha louca? - Ed questionou olhando para mim.
- Chamavam a Bella assim no colégio. - Emmett esclareceu.
- O incrível é que combina. - Riu disfarçadamente.
- Vocês conseguem me tirar a alegria de viver. - Murmurei cobrindo o rosto com as mãos.
- E aí, T-zed, pronto pra arrebentar a coluna da mulherada na festa de amanhã?
- Oh meu Deus, a festa já é amanhã! - Por que eu não estava contando os dias? - Como vamos agir? Eu... Não estamos preparados. - Seria um fiasco passar a festa intera usando muletas, sem falar nas garfes do selvagem. Se ele pegasse nas partes íntimas de alguém, eu morreria.
- Minha amiga, vamos ter que improvisar legal. - Lice estava certa. - Hoje vocês vão ter que estudar sem mim. Preciso ajudar os rapazes com a decoração da festa.
- Véi, será irado! Vai ser uma mega festa temática. - Meu amigo estava empolgado.
- Por que eu não estou sabendo desse lance “temático”? - Questionei.
- Não queremos que seu azar estrague tudo. - Emmett fez uma cruz com os dedos como seu eu fosse, sei lá... uma vampira.
- Tanto faz. - Bufei. - Aleijada do jeito que estou não vou conseguir ajudar muito. Poxa, que férias... frustradas.
- Adoro esse filme. - Minha amiga sorriu.
- Cala a boca. - Implorei.
- T-zed, daqui a pouco chega um grupo de turistas pra ver você. - Emmett avisou.
- Vai lá, Rei-da-floresta. - Incentivei. - Quando você terminar, leremos o livro da Alice juntos.
- Ok. - Suspirou nada empolgado.
(...)
Cansada de ficar no quarto, resolvi descer e pôr mais uma compressa no meu tornozelo. Diante da escada, hesitei. Nunca tive tanto medo daquela escada. Pensei em formas de descê-la sem cair, mas a porcaria das muletas dificultava tudo.
- Ei! - Brad gritou do corredor. - Ficou doida? - Correu até mim. - Não pode descer a escada assim, vai cair.
- Eu me viro. - Evitei encará-lo.
- Quer que eu te ajude?
- Não. - Fui ríspida.
- Não seja tola. - Sorriu.
- Não preciso de ajuda. - Fiquei brava.
- Deixa de ser chatinha, Bells. Não vai doer, prometo. - Usou sem tom de voz persuasivo e sexy.
Eu não tinha muita escolha, não podia ficar no topo da escada o dia todo.
- Ok. - Revirei os olhos.
Juntei as muletas e as segurei contra o peito. Brad me colocou nos braços e desceu os degraus com cautela, demorando até mais do que o necessário. Novamente fui torturada pelo o cheiro da colônia dele. O perfume pairava sobre minhas feridas internas que estavam longe de cicatrizar.
No último degrau, McFadden deteve-se.
- Onde que ir?
- Me coloca no chão. - Exigi.
- Já? - Franziu o cenho. - É tão bom te ter nos braços novamente.
- Agora!
- Tudo bem. - Bufou.
Ele me ajudou a recolocar as muletas embaixo dos meus braços. Com certa dificuldade, fui para a cozinha e na geladeira peguei um pouco de gelo. Coloquei em um pano de prato e sentei na cadeira mais próxima.
- Quer que eu te ajude? - Fiquei intrigada, era a segunda vez que Brad falava aquilo em menos de 5 minutos. Não era típico dele.
- Não, obrigada.
Ele me ignorou e sentou-se no chão perto do meu pé. Não consegui reagir, apenas o observei pegar meu pé e tirar lentamente a bandagem. Será que o cara também se sentia culpado?
- O gelo. - Estendeu a mão.
- Não preci... - Não consegui completar a frase, pois meu ex esticou o braço e tomou a compressa de minha mão. - Ai. - Gemi baixinho quando o gelo tocou o local inchado. Por um tempo só me preocupei em suportar a dor e o incômodo, depois voltei a encarar Brad, que permaneceu quieto.
- Que diabos estava fazendo na árvore? - Questinou.
- Eu estava... - Pensa rápido! - Observando... - Funciona, cérebro! Solucei. - Pássaros. - Murmurei colocando disfarçadamente a mão na boca. Tinha esperança de que ele não tivesse entendido.
- Pássaros? - Ergueu uma sobrancelha.
- Ai que dor. - Me contorci mudando estrategicamente de assunto. - Ai que dor. - Repeti esperando Brad tirar os olhos do meu joelho. - O que foi?
- Eu lembro disso. - Passou um dedo na minha cicatriz.
- Caí da bicicleta quando criança. - Mantive a cabeça erguida.
- Hum. - Cabisbaixo, enfiou a mão na gola de sua camiseta e puxou os pingentes de seu cordão deixando-os visíveis.
Fiquei muda, e provavelmente, surda quando reconheci no cordão o anel azul de uma lata de cerveja barata que ele usava como pingente. Os olhos de Brad encontraram os meus e foi inevitável não recordar.
...
Segundo ano do ensino médio. Eu não pensava no futuro, tudo que eu queria era me divertir e amar.
Alice e eu fomos parar na detenção por vender em sala de aula canetas com respostas de um teste. Eu estava desesperada, pois tinha marcado de me encontrar com Brad em frente ao colégio logo após minha aula de química. Era nosso aniversário de 6 meses de namoro e eu queria muito comemorar. Por sorte, Lice e eu tínhamos um plano.
Olhei para o relógio de parede e vi que faltavam dois minutos para as 15:00h. Lice, sentada na carteira à minha frente, notou o mesmo e espreguiçou dando o sinal de que ia agir.
- Prof querido do meu core. - Ergueu a mão. - Posso ir à enfermaria?
- E qual o motivo, senhorita Brandon? - O velho rabugento questionou.
- O senhor não entende. - Levantou-se. - É assunto de mulher... eu estou naqueles dias e me sinto... tonta. - Passou a mão na testa.
- Sei. - Ele duvidou.
- Oh, por favor,... eu... eu... - Ofegou, depois caiu durinha no chão. Ao fazer isso, derrubou todo o lucro das canetas no chão. Os alunos caíram em cima querendo faturar a grana. O professor, atordoado, brigava com a galera e ao mesmo tempo tentava socorrer Alice.
Aproveitei o tumulto e corri para a janela. Eu a ergui com cuidado, morrendo de medo de ser flagrada.
- TODOS EM SEUS LUGARES!
O berro do professor me assustou e no meio da afobação saltei rápido para fora. Quase gritei de dor ao cair em cima de uns arbustos. Engatinhei para longe da janela, depois me levantei e saí correndo pelo gramado. Corri o mais rápido que pude para não ser barrada por algum professor mala. Na portaria, “molhei” a mão do porteiro malandro e finalmente escapei.
Assim que coloquei os pés na calçada, notei que meu joelho sangrava bastante. Foi então, que ouvi:
- Isabella Swan!
Olhei para trás e vi a diretora vindo ao meu encontro. Ela estava com cara de que ia me condenar à prisão perpétua. Eu não estava a fim de discutir com a megera, mas parecia inevitável, já que ela se aproximava com rapidez.
De repente, surgiu no início da rua, em alta velocidade, um Mustang conversível preto. Eu até podia ouvir “Pour some sugar on me” do Def Leppard tocando no carro. Brad estacionou bem à minha frente e tratei de pular para o banco do passageiro.
- Vai! Vai! Vai! - Gritei e ele acelerou deixando minha diretora só com o cheiro do pneu queimado.
- Um dia desses ainda vou ser preso por sua causa. - Gargalhou.
- Vale a pena. - Fiquei de joelhos no banco.
McFadden me fitou com seu típico olhar malicioso. Aquele olhar era muito mais sugestivo que as investidas dos garotos da minha idade. Ao parar ao sinal vermelho, falou:
- Vem cá, minha fugitiva.
Inclinei-me na direção dele e beijei-lhe com vontade. Sua boca sempre adocicada por conta de seu chiclete favorito me deixava louca. Podia sentir as mãos possessivas e ousadas dele em minha cintura e eu soube que nossa tarde ia ser agitada. Ficamos nos beijando até os motoristas atrás de nós começarem a buzinar impacientes.
- Pra onde vamos? - Eu estava muito feliz...
- Melbourne. Vou tocar lá essa noite e você sabe que preciso da minha fã mais carinhosa pra me dar apoio. - Afagou minha bochecha.
- Ótimo. - Sentei-me aumentando o volume do som.
Pegar a estrada até Melbourne ia ser muito divertido. Curti a música enquanto meus cabelos esvoaçavam ao vento.
- O que aconteceu com seu joelho? - Perguntou olhando para o local.
- Caí. Não se preocupe.
- Vamos parar logo ali na frente. Precisa cuidar disso.
(...)
O show do Link 69 foi fantástico. A noite foi perfeita, mas na volta para casa o Mustang deu prego na estrada.
- O reboque vai demorar um pouquinho pra chegar. - Ele pulou para o banco traseiro.
- Tudo bem. - Fui para junto dele.
Brad pegou uma das latinhas de cerveja que estavam largadas no banco de trás e abriu. A espuma escorreu por sua mão, então ele chacoalhou os dedos para que a espuma me atingisse.
- Pára. - Ri beliscando seu braço.
McFadden encostou-se ao banco e me puxou para junto de seu peito.
- Você é tão cheirosa. - Murmurou afundando o rosto em meus cabelos.
- Eu sou muitas coisas. - Fitei-o sorridente.
- Então me conta.
- Vai ter que descobrir.
- Sabe o que mais gosto em você?
- Tudo? - Ri. Eu era uma garota confiante e bem resolvida.
- O seu jeito impulsivo. Cara, eu gosto muito disso. - Beijou minha bochecha. - Você não pensa nas conseqüências.
- Pensar pra quê? - Sorri.
- Porém...
- Sempre tem um “porém”. - Sentei em seu colo.
- Você sabe... - Beijou meu pescoço. - Não entendo porque não pode ser minha.
- Mas eu sou. - Beijei suavemente seus lábios.
- Sabe do que estou falando. Qual o problema? - Acariciou minhas costas. - Por que não podemos se eu quero e você quer?
Passei minhas mãos por seus cabelos dizendo:
- Bradley, Bradley... - Suspirei. - Eu sou sua, mas você ainda não é meu. Só quando for meu faremos amor.
Ele me encarou de uma forma diferente. Sua arrogância sensual não estava presente e isso me deixou confusa. Existia algo em seus olhos que eu não consegui decifrar, uma melancolia que não era típica dele. Para disfarçar, bebeu um pouco da cerveja e desviou o olhar.
- Nunca vai entender o que sinto por você.
- Me ama? - Brinquei. Tomei a cerveja de sua mão dei um grande gole.
McFadden passou a beijar meu pescoço e orelha enquanto eu refletia sobre minha própria pergunta. Ele me amava?
- Estou feliz que tenha fugido para ficar comigo. - Murmurou contra minha pele.
- Isso que você diz sentir por mim é forte?
- É tão forte quanto isso. - Beijou-me com intensidade. Ele devorou meus lábios ignorando o fato de que podia estar me machucando. Retribuí com a mesma vontade, me entregando àquela tortuosa declaração que fez meu coração ter certeza de que de algum jeito ele me amava.
- Espera. - Interrompi o momento necessitando de mais certezas. - Faz uma coisa por mim?
- O que quiser. - Respondeu com a voz rouca.
- Enquanto sentir isso que não conseguimos nomear, por favor, deixe visível. Eu preciso saber que está ligado a mim.
- E como faço isso?
Olhei para os lados em busca de algo que simbolizasse nosso vínculo. Então olhei para o anel da latinha e o arranquei, depois tirei o colar de Brad e coloquei o anel junto com seus outros pingentes.
- Enquanto usar isso eu saberei...
- Saberá o quanto eu te quero, Bells. - Interrompeu me deitando no banco. - E eu quero de muitas formas, todos os dias. - Deitou-se sobre mim sugando meus lábios.
...
Não foi naquela noite que me entreguei para Brad, mas cheguei bem perto. Nós nos acariciamos como nunca antes, e vivemos um momento que para mim se tornou inesquecível.
Ver o anel da lata no pescoço dele me deixou extremamente perturbada.
- Chega! - Levantei incapaz de continuar com a tortura.
- Algo de errado? - Acariciou meu tornozelo.
- Por favor, não me toque. - Murmurei com medo de encará-lo.
Meu ex ficou de pé e sussurrou em meu ouvido.
- Até quando vamos fugir?
Reuni todas as minhas forças e respondi:
- Se afaste agora. - Temia que meus sentimentos se voltassem contra mim.
- Não.
- Se afaste. - Pedi mais alto.
- Se afaste. - A voz firme de Edward ecoou no cômodo.
Brad o encarou, mas não saiu de perto de mim.
- Só estou conversando, amigo. - McFadden sorriu.
- Se ela falar para você se afastar, deve se afastar. - Ed se aproximou muito sério.
- Ou? - Brad provocou.
- Cala a boca. - Nervosa, dei dois passos mancando.
- Eu te ajudo. - Ed me colocou nos braços.
- Não é necessário, posso andar. - Falei baixinho.
- Tudo bem. - Me carregou até a soleira, mas antes de atravessá-la disse a Brad - Espero que tenha entendido bem o que eu falei, ...amigo.
O que deu no selvagem? Ele arrasou na interpretação. Brad deve estar puto.
Prendi o riso.
(...)
Como Alice nos abandonou, eu fui obrigada a ler o “Aprendendo a Namorar”. Eu não estava muito no clima depois do incidente na cozinha.
- Posso começar? - Questionei sentada de frente para ele. O cara da selva nem abriu a boca. - Muito bem. - Suspirei. - Capítulo 3, Carinho. - Oh Deus, carinho não. Carinho não. Edward me encarou certamente pensando o mesmo. Não era dia para carinho. Nós estávamos a poucas horas da festa e precisávamos aprender algo como... como... ok, carinho. Realmente seria bom parecemos íntimos a esse ponto. Respirei fundo e continuei. - Carinhos são demonstrações de afeto, bondade, consideração. São afagos, carícias, gestos suaves geralmente feitos com as mãos. Mas o carinho é mais uma atitude do que um gesto. Carinho pode estar presente no modo de olhar ou mesmo no tom de voz. A maneira mais comum e óbvia de manifestar carinho está no aspecto físico, quando as mãos são usadas com suavidade para afagar a outra pessoa. O comumente esperado é que isso aconteça quando há maior liberdade entre o casal. O corpo inteiro é sensível para dar e receber prazer, mas cada pessoa tem uma área mais sensível. Para descobrir isso, só resta a prática. - Engoli a saliva com dificuldade. O assunto estava ficando muito íntimo. - As carícias mais frequentemente usadas são aquelas nas quais as mãos roçam com delicadeza no rosto, braços, costas ou pernas. O grande segredo está na docilidade com que é realizado o movimento. Outra boa forma de carícia é o famoso cafuné. Esse é simples e eficiente. Quase todos relaxam e sentem prazer ao receber um cafuné. Os dedos devem estar leves ao se entrelaçarem aos cabelos do(a) parceiro(a). É um movimento como de vai-e-vem, um abrir e fechar dos dedos simples o suficiente para que qualquer um pratique. Carícias assim são muitíssimo usadas porque podem ser realizadas na intimidade do casal ou na presença de outros. - Parei a leitura e coloquei o livro sobre a cama. - Acho melhor tentarmos absorver essa primeira parte. O que acha?
- Hã... - Refletiu. - Você vai me acariciar? - Ficou ligeiramente mente tenso.
Mendigo, mendigo, mendigo! Ai, droga. Tenho que parar de pensar isso, não é certo. Bella, por favor, olhe além da aparência.
- Vou. - Respondi sem ter certeza se era capaz. - Podemos começar tocando apenas as mãos?
Ed deu de ombros e esticou as palmas em minha direção. Assim que as toquei, notei o quanto eram ásperas. Meus dedos roçaram em suas palmas, mas aquilo não chegou a ser uma carícia. Eu sempre fui carinhosa, porém não era algo que se pudesse ligar e desligar como uma lâmpada. Com Edward era difícil ser carinhosa, pois não tínhamos nenhum vínculo sentimental.
- Então? - Perguntou baixinho.
- Precisamos tentar outra coisa. Posso tocar seu rosto?
- Sim.
Fiquei de joelhos e encostei a ponta de meus dedos em suas bochechas. O gesto foi impessoal demais.
- Vou melhorar. - Respirei fundo e afaguei seu rosto com mais intimidade. Fiquei surpresa ao notar o quanto a barba dele era macia. Minhas mãos subiram por sua testa e chegaram aos cabelos. Eles tinham um cheiro interessante, não sei explicar, mas me lembrava algo tropical, natureza, mar... - Como estou me saindo?
- Não tenho certeza.
- Talvez você se saia melhor. - Sentei-me. - Me toca. - Pedi com naturalidade.
- Onde?
- Qualquer lugar. Espera, não em qualquer lugar. - Ruborizei ao lembrar da apalpada.
- Creio que entendi.
Respirei aliviada.
Hesitante, Edward aproximou a mão de meu pescoço. Seu toque foi delicado como se eu fosse quebrável. Aos pouco seus dedos se aproximaram de minha nuca e entrelaçaram-se em meus cabelos. Quando movimentou os dedos em um cafuné, involuntariamente gemi. Eu era muito sensível naquela região.
Ed se afastou imediatamente.
- Talvez devêssemos pular esse capítulo. - Procurei evitar maiores constrangimentos.
- Você desiste muito fácil.
- Não. Eu sou bem persistente.
- Percebe-se. - Esnobou.
- Tudo bem. Precisamos de um local que nos inspire, aqui não está dando certo.
- Onde quer ir?
- Vamos para o jardim.
(...)
Edward me carregou até a parte de jardim onde o puma estava preso. Era um local com sombra, afastado o suficiente da casa para que os hóspedes se mantivessem longe. De relance, vi os preparativos para a festa de amanhã. Confesso que estava mais preocupada com a frase “você desiste fácil”. Eu sabia que era um dos meus defeitos, mas o cara da selva o expor daquele jeito me fez sentir... fraca.
O dia estava ensolarado e ventava bastante. Sentamos no gramado, um de frente para o outro. O puma estava inquieto com minha presença, um rosnado baixo brotou de seu peito.
- Qual o problema dele? - Questionei.
- Ele não gosta de você. - Respondeu simplesmente.
- Acho que ele não é o único. - Ironizei. Eu bem sabia que Edward também não apreciava a minha pessoa e era exatamente isso que me deixava intrigada. Por que motivo estava me ajudando? Sentia cada vez mais a necessidade de saber.
- Por que está fazendo isso? - Fiquei surpresa quando ele usou exatamente as palavras que eu planejava usar.
- Achei que soubesse. - Ainda não tinha ficado claro?
- Entendo que é por causa do Brad, entendo que quer se vingar, mas não seria mais simples dizer a ele que o ama?
- O quê? Não! Não o amo! Isso é inaceitável. - Me ofendi. - Não sabe o que fala. - Solucei.
- É incrível sua habilidade de mentir até para si mesma. - Aquelas palavras soaram como uma afronta.
- Eu não estou mentindo. - Respondi aborrecida.
Edward me encarou com o uma expressão serena. Ele não se importava com minhas declarações, já tinha sua idéia bem formulada sobre mim e sobre meus sentimentos.
- Não estou te acusando de nenhum crime.
Com esforço, fiquei de joelhos, o encarei e disse o mais severamente possível:
- Você... não... me conhece.
- Acho que nem você mesma se conhece. - Retrucou.
- Qual o seu problema? Até pouco tempo atrás estávamos numa boa, por que agora está me atacando com palavras como se fosse o senhor absoluto da razão? - Ele permaneceu em silêncio. - Diz! Por quê? - Coloquei-o contra a parede. - Você me fala para não julgar, mas querido, você me julga o tempo todo.
Tentei me levantar, só que com a perna machucada foi muito difícil.
- Espera. - Colocou uma mão no meu braço. - Desculpe. É que...
- Que?
- É tão claro como isso vai terminar. Não vê?
- Não vê o quê, Edward? - Fiquei mal humorada.
- Nada vai mudar. Nós podemos fingir de todas as formas possíveis, seu ex-namorado até pode sentir ciúmes, mas no final desse mês ele vai embora e você vai continuar sentido essa mágoa. Nada vai mudar. - Repetiu. - Bella, no fundo você sabe que esse não é o caminho certo.
Voltei a sentar-me, inconsolada por não ter como revidar. Até quis xingá-lo, porém, a forma crua com que Edward expôs minha vida e meus sentimentos me deixaram indefesa.
Nada vai mudar.
Essa era a pior coisa que eu podia ouvir. Era o que eu tinha mais medo.
- Humilhá-lo não vai me fazer esquecê-lo? - Quase não consegui falar.
- Não.
- Eu não vou... aceitar... Não... acredito nisso. - Tropecei um pouco nas palavras. - Desviei o olhar prendendo o choro.
- Bella? - Me pressionou.
- É a minha única esperança, ok? Não tenho um plano melhor e talvez nem exista. - Um misto de raiva e tristeza fez uma lágrima escorrer por minha face. - Você não tem idéia de como é desejar esquecer alguém e não conseguir. Provavelmente não sabe como é passar a noite inteira acordo imaginando como seria sua vida se não o tivesse conhecido. Ou se perguntando o quão feliz poderia ser se não vivesse se punindo. Não é que eu não tenha amor próprio, eu já tentei seguir em frente várias vezes, mas... está aqui. - Coloquei a mão no peito desabando emocionalmente. - Não sai. - Fechei a palma como se pudesse arrancar meu coração. - Você não tem noção do quanto me odeio e me culpo todos os dias por amá-lo. - Era a primeira vez que conseguia falar exatamente o que pensava. - Eu sei como o Brad é, sei que não serve para mim, só que estou presa de uma forma que nem consigo explicar. Até a presença dele me faz sentir doente e dependente. Esse sentimento me consome e me oprime. Algumas vezes não consigo acreditar que é real. - Trêmula, enxuguei as lágrimas. - As pessoas me julgam, mas poucos sabem como é conviver com esse tormento sem sentido. Estou nesse estado porque deixei que meu amor virasse uma doença obsessiva. O real motivo de ter implorado pra que você participasse da farsa é que eu não quero que Brad saiba o que sinto. Não posso culpá-lo por todas as calamidades da minha vida. Ele só não me amou, muitas pessoas passam por isso e superam. Mas eu... fiquei presa em um estado emocional permanente e destrutivo. Preciso que Brad me veja feliz, talvez assim consiga convencer a mim mesma de que em algum momento eu possa ser. - Baixei a cabeça. - Por que não posso alimentar o restinho de orgulho que me resta? Por que não posso ser a que humilha? Estou cansada de ser a humilhada. - Sussurrei.
O silêncio que se seguiu foi tão frustrante que precisei esconder o rosto atrás das mãos. Logo me arrependi de ter desabado justamente com um homem que nunca me entenderia. O que ele podia saber sobre amor e suas conseqüências?
- Por que ele te deixou? - Perguntou baixinho.
- Talvez só tenha se cansado, ou dormir comigo não tenha sido tão bom. Provavelmente nunca me amou. Quem sabe? Só não gosto de pensar que foi por causa de meus defeitos. É difícil saber que eles superam minhas qualidades.
Edward desviou o olhar e refletiu por alguns segundos, depois disse:
- Quero que faça uma coisa.
- O quê?
- Feche os olhos e pense em cinco qualidades que gostaria que seu próximo namorado tivesse.
- Isso é serio? - Achei estranho.
- Sim, por favor, faça o que pedi.
Fechei os olhos e pensei em fiel, carinhoso, inteligente, divertido e corajoso.
- Pronto. - Abri os olhos.
- Agora pergunte a si mesma se você tem essas mesmas qualidades.
Baixei a cabeça sabendo que não tinha nem metade.
- Não... eu não tenho.
- Então, Bella, seus relacionamentos nunca vão dar certo porque quer mais dos outros do que você mesma pode dar. Você se encheu de expectativas e a frustração de não alcançá-las te deixou desnorteada e abalada.
O veredicto de Edward me deixou meio chocada. Ele estava completamente certo.
- Como pode ser tão... sábio? - Estava perplexa.
- Tenho um ótimo pai e eu tive bastante tempo para refletir sobre essas questões.
- Nossa, o meu pai não me ensinou nada disso. - Confessei tristonha.
- Bella, eu não achei que diria isso, mas quero ser seu amigo. Quero te ajudar.
- Sério? - Sorri. Por algum motivo aquilo pareceu extraordinário. - Também quero ser sua amiga. - Meu humor melhorou um pouco.
- Desculpe se minha sinceridade te magoou.
- Depois que eu caí de duas árvores, corri atrás de uma tappa kana, desabei de uma mesa, engoli uma abelha, espirraram no meu rosto, quase fui atacada por um puma e tive que ficar trancada em um armário com Emmett e Jazz... Bem, acho posso me dar ao luxo de dizer que vou sobreviver à sua sinceridade.
Edward gargalhou.
- O que não te mata te fortalece. - Falou.
- Exatamente. - Concordei. - Sorvete?
- O quê?
- Vamos tomar sorvete na cozinha.
- E o livro? E o treinamento?
- Mais tarde continuamos. Preciso relaxar.
Edward levantou-se e me puxou para junto de si. Subi em suas costas e ele me carregou com facilidade até a cozinha.
(...)
O resto do dia foi tranqüilo. Meus amigos estavam ocupados com os preparativos da festa e o Link 69 ensaiou em um dos cômodos. Fiquei no quarto cuidando do meu tornozelo na esperança de ao menos conseguir andar até a noite de sábado.
Não toquei mais no assunto do livro com Edward. Não queria estragar nosso clima de amizade.
Por volta das 23:00h o selvagem foi dormir em meu quarto como havíamos combinado antes. Ele tomou banho e foi para a cama auxiliar.
Como eu ainda estava furiosa pelo que Brad me fez passar na noite anterior, resolvi radicalizar. Pedi a Emmett que gravasse no computador meus gemidos e fizesse uma mixagem com gemidos de um filme pornô bem doido, pois não tinha jeito de fazer Edward participar da trama.
- Ed, nós vamos ouvir um CD meio... incomum, mas não se assuste, só vai tocar por alguns minutos. - Coloquei a mixagem no som.
- Porque incomum?
- É um presentinho para Brad. Se ele pensa que pode competir comigo, está muito enganado. - Apertei o play do controle remoto e o CD começou a tocar. Joguei o controle na cama e apreciei a minha vingança. Assim como eu esperava, os gemidos de prazer soaram bem ousados.
Com a ajuda das muletas fui até a cama, desarrumei as cobertas e sentei-me lá. Edward também ficou sentado apenas ouvindo.
- É você? - Ficou na duvida.
- Em parte. Truques tecnológicos. - Ri.
Com as vozes misturadas, o som de sexo selvagem pareceu bem real. Eu estava muito satisfeita até que do nada o casal na gravação começou a berrar um misto de palavrões e xingamentos que me deixaram sem ação. Eram coisas tão insanas que eu tive medo de olhar a expressão de Ed, mas a curiosidade falou mais alto.
- Que bom que você não entende certas coisas. - Murmurei, envergonhada.
- É impossível não entender isso. - Enxugou o suor da testa, em choque. Certamente ele nunca tinha ouvido aquele tipo de coisa.
- Que vergonha. - Afundei o rosto no travesseiro. A baixaria continuou a rolar solta.
- Que coisa mais... - O selvagem ficou sem palavras.
- Eu sei. - Ergui a cabeça.
- Todos vão pensar que sou eu quem está falando isso tudo? Por que eu chamaria alguém de cachorrona?
- Desculpe. - Foi a única coisa que consegui dizer. - Acho que por hoje está bom. - Levantei-me disposta a quebrar o CD e a cara de Emmett.
E foi nesse momento que...
- BELLA! - Imediatamente reconheci a voz de Brad. - BELLA!
- O QUÊ? - Gritei o mais alto que pude.
- DROGA! ESTOU TENTANDO DORMIR! - Meu ex estava irado.
Busquei o controle entre as cobertas, só que não consegui achar. Os gemidos se tornaram simplesmente insuportáveis.
- TÁ BOM! - Berrei.
- QUERO DORMIR! - Repetiu.
- Procura o controle, procura! - Falei para Edward, enquanto jogava as cobertas para o alto, então, sem que ninguém esperasse, ouvimos...
BÉÉÉÉÉRRRRRRRR.
- Meu Deus! - Paralisei.
- TEM UM BODÊ AÍ?
- NÃO!
BÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉRRRRRRRR.
- Definitivamente é um bode. - Edward concordou bestificado. - Meu Deus, o que ele está fazendo lá?
Totalmente aflita, fiquei de pé na cama e só aí consegui avistar o controle no chão. Morrendo de dor no tornozelo, saltei da cama e rapidamente o peguei. Apertei o botão de desligar, só que não adiantou.
Minha voz, os gemidos do filme e o bode berrando foi a coisa mais humilhante e inacreditavelmente bizarra que já ouvi na vida.
Dei uma batida no controle e ele finalmente funcionou. Assim que a insanidade cessou, enrolei-me em um lençol para parecer que eu estava sem nada embaixo dele e manquei até a janela.
- Melhorou? - Ofeguei suada.
- Vocês me dão nojo. - Brad fechou sua janela com força.
Desconcertada, virei-me para Edward dizendo:
- Fiz besteira, né?
- Béééérrrrrr. - Ele gargalhou.
Depois do mico fenomenal, desisti totalmente da competição de gemidos. Decidi que nunca mais ia me meter naquele tipo de furada.
(...)
O sábado a noite chegou mais rápido do que eu podia imaginar. Do meu quarto conseguia ouvir o som do Link 69 tocando no jardim. Havia uma gritaria empolgada típica de festas lotadas. Virava e mexia a galera gritava em coro o nome da banda. Brad devia estar em seu céu particular.
- Prontinho. - Alice fechou o zíper do meu vestido.
- Preciso usar isso? Não combina com as minhas muletas. - Ironizei. Ela me obrigou a usar um vestido de estampa floral verde, idêntico ao seu.
- Está todo mundo vestido assim. Não faça birra. Até T-zed foi intimado a usar o uniforme já que agora ele é um funcionário do resort.
- O que ele está usando? - Me preocupei.
Assim que terminei de falar, bateram na porta do quarto.
- Entra. - Lice disse em voz alta.
Ele entrou e eu caí na gargalhada.
- É esse o uniforme? - Apontei para o selvagem. Ele usava apenas uma bermuda com a mesma estampa de nossos vestidos. Eu esperava algo mais formal, não tão... a cara dele.
- É FESTAAAA, MEU POVO! - Emmett já chegou agitando com uma garrafa de whisky.
- Oh, meu Deus! - Gargalhei. O otário também estava só de bermuda.
- Anda, Jasper. - Emm o chamou aos berros. - Deixa de ser frouxo, rapá.
- Olha só quem fala... só porque afogou o ganso se acha melhor que eu. - Vimos só a cabeça do meu irmão na porta.
- Qual o problema? - Indaguei.
- Jasper está um pouquinho branco. Jasper não ficou bem só de bermuda.
- Véi, anda logo, vamos batizar a noite. - Emm ficou impaciente.
- Tá bom. - Timidamente, Jazz se aproximou. Ele estava certo, ficou ridículo só de bermuda exibindo aquele peito branco e magrelo.
- Vamos batizar a noite? - Me animei.
Eu e meus amigos fizemos um circulo e Edward ficou de fora, apenas observando.
- Vem T-zed, se junte a nós. - Disse Emmett.
- O que vão fazer? - Ele ficou com um pé atrás.
- É só uma pequena tradição. - Lice explicou.
- Você é um dos nossos agora. - Sorri. - Vem cá, vem.
Edward se aproximou e fechamos o circulo.
- Esperem, antes preciso distribuir os colares. - Alice correu para pegar sua bolsa em cima da cama.
- Se tivesse esquecido, Jasper te mataria. - Meu mano estendeu as mãos, ansioso.
- Colares? Alguém me situa. - Implorei.
- Dãããã! - Emm revirou os olhos. - Nós estamos promovendo a única e revolucionaria “festa das frutas”.
- Hã? - Fiquei confusa.
- Eu explico porque a idéia foi minha. - Lice saltitou e tirou da bolsa vários colares com pingentes medianos em formato de frutas. - Todos lá fora já estão usando, distribuímos na entrada. É simples, quem estiver usando este colar de laranja - O exibiu. - Está sujeito a abraços. É quase uma placa dizendo: me abrace se quiser. Quem estiver usando o de pêra está praticamente pedindo beijinhos no rosto. Já quem estiver usando o de morango, bem, está se liberando para muitooos beijos na boca e por último... - Chacoalhou um cordão com um pingente de uva. - Quem quiser...
- Um vuco-vuco chacolhado... .- Jazz completou. - É só usar um colar igual ao de Jasper. - Meu irmão tomou o colar das mãos de Alice.
- É isso que estavam escondendo de mim? - Fiquei boba.
- Bastou você ficar de fora que deu tudo certo. O resort está lotado, vendemos todos os ingressos. Foi mal, bananinha louca. - Emmett me deu um tapinha nas costas.
- Quer saber, fizeram bem. - Sorri. - Isso de festa das frutas foi uma grande idéia, vai dar o que falar.
- Então, que vão querer? - Lice estava afim de ver o circo pegar fogo.
- É nóis! - Emmett tratou de colocar o de uva no pescoço.
- Eu não sei... - Fiquei na duvida. - Me dá um de pêra. - Estendi a mão.
- E você T-zed? O que vai ser? - Ela sorriu maliciosa.
- Não quero, obrigado.
- O quê? Não senhor. Você vai de laranja. - Colocou um colar no pescoço dele. - Se quiser mudar de fruta é só falar comigo.
- Vamos ou não vamos encher a cara? - Resolvi animar. - Eu quero me divertir, caramba!
Emmett abriu a garrafa e cada um deu um gole grande. Era nosso jeito de dar boas vindas à diversão. Quando a garrafa chegou às mãos de Edward, ele hesitou.
- Qualé, véi! Bebe aí, T-zed! - Emm incentivou.
- Nunca bebi antes. - Explicou.
- Tem vitaminas e faz crescer. Bebe, pode confiar. - Disse Jasper.
- É, faz crescer. - Alice sussurrou para mim. Precisei cutucá-la para que parasse.
- Vira! Vira! Vira! Vira! - Meus amigos puxaram o coro e tive que acompanhar. - Vira! Vira! Vira!
E, pela primeira vez na vida, Edward bebeu. Obviamente fez uma careta como todos nós, mas não colocou tudo para fora como eu esperava.
- É forte e... queima. - Sorriu. - Acho que gostei!
- Pessoal, agora vamos votar. Quem acha que o Jasper deve vestir uma camisa? - Perguntei e todos levantaram o braço.
- Saco. - Ele resmungou.
- Essa noite vai ser demais. - Sussurrei para Alice.
(...)
DEMAIS UM CACETE! A noite estava horrível!
Ok, ok, confesso, horrível só para mim.
A decoração no estilo “selva” ficou linda. Havia mesa de frutas, arranjo de flores, palmeiras artificiais e muito mais. O Link 69 animou a galera de uma forma extraordinária. Todos se divertiam a valer.
O problema é que eu fui totalmente ignorada pelo sexo masculino por estar de muletas. Já o cara da selva... ódio. Foi mais abraçado que ursinho de pelúcia. Eu não tinha dúvidas de que era pelo fato de estar sem camisa exibindo aquele abdome impossivelmente duro. Meus amigos continuaram empurrando bebida nele e o cara não dispensou um copo. Vou te contar, esses certinhos surpreendem. Como eu não podia dançar e ninguém me beijava, joguei minha frustração sobre um litro de vodca.
Por não estar me locomovendo, lá pela 1:30h a bebida já tinha subido pra minha cabeça eu fiquei meio...
- Don't need no credit card to ride this train. It's strong and it's sudden and it's cruel sometimes. But it might just save your life. (Não precisa de cartão de crédito pra subir nesse trem. É forte e repentino e às vezes é cruel. Mas pode salvar sua vida...) - Gritei chacoalhando a muleta esquerda no ar ao som de The Power of Love. Brad sabia que eu ficava louca com aquela música. - That's the power of love (Esse é o poder do amor...)
- Bella, cuidado. - Alice alertou, dançando com um carinha a uns três metros de mim.
- Tou joiada! - Típico orgulho de bêbado. - Eu vou até dançar. - Larguei as muletas. Claro, óbvio e lógico que imediatamente desabei para o lado - Ai. - Gemi, depois gargalhei feito uma otária. - EU ESTOU VIVA, CASO ALGUÉM SE IMPORTE. - Gritei na direção de Edward, o qual estava recebendo outro maldito abraço.
- Ei, quer ajuda? - Ele se aproximou rindo.
- Não. - Fiquei de quatro. - Consigo sozinha. - Edward ficou à minha espera, só que não consegui me erguer. - Eu consigo! - Garanti. - Tá, eu não consigo. - Bufei, então, ele me ajudou e me devolveu as muletas.
- Chateada?
- Eu? Nããããooooo. Magina! Por que estaria?
- Não sei. - Franziu o cenho.
- Não se preocupe. - Peguei minha garrafa de vodca. - Eu estou altamente... - Não consegui pensar em nenhuma palavra que descrevesse o meu estado.
- Altamente? - Ergueu uma sobrancelha.
- Co-coisativa. - Hã?
- Coisativa?
- Sim... Altamente coisativa - Fiquei meio perdida. - Agora já pode voltar aos seus abracinhos. Vai!
- O que você tem?
- Oras, Edward... - Bati a muleta no chão. - Era pra você estar fingindo ser meu namorado e não ficar ciscando no galinheiro.
- Do que está falando? - Riu. - Você não quis praticar o capítulo três, por isso achei que tinha desistido.
- Aprenda uma coisa - falei com vontade. - Quando as mulheres dizem não é quase sempre SIM!
- É sério? - Coçou a nuca, confuso.
- Acredite em mim. - Fiquei emburrada.
- Quer começar a fingir agora?
- Não. - Nem tinha clima. Edward veio para o meu lado e colocou um braço atrás de mim. - O que está fazendo?
- Não é sim. - Explicou com uma expressão cômica e aturdida.
- Puta que pariu. - Jasper já chegou xingando.
- O que foi? - Dei um gole na vodca.
- Aqui tá muito paia, Jasper num tá pegando ninguém e Emmett desapareceu. Jasper tem cara de repelente de mulher?
- Vista uma camisa, idiota. - Por que meu irmão queria mostrar suas costelas?
- Bella, troca de colar com Jasper. Quem sabe Jasper não ganha um beijo no rosto?
- Toma. - Entreguei-lhe meu colar e coloquei o dele em meu pescoço. Não fazia diferença, pois que ninguém se aproximava de mim.
- Ma tahan sind - Fiquei besta quando vi a dona Bogdanov vindo em nossa direção. Ela até usava dois cordões de uva. - Ma tahan suudelda.
- Merda! Essa véia doida está perseguindo Jasper a festa intera. - O carinha estremeceu. - Hora de Jasper vazar! - Saiu andando rápido e a dona Bogdanov o seguiu.
- Seu irmão é uma figura. - Edward riu.
- Que bafo de bebida. Quantas tomou?
- Não sei dizer.
- É pouco. Que beber mais? - Ergui a vodca sorrindo.
- Sim. - Concordou imediatamente.
- Viciado. - Zombei.
(...)
(Para Nay-rural)
O selvagem e eu esvaziamos a garrafa e nossas ações seguintes ficaram um pouco incoerentes.
- SAÍ DA FRENTE, CAMBADA! - Gritei pro povo enquanto Edward me carregava nas costas cortando caminho pela multidão.
As pessoas pulavam, dificultando nossa passagem, mas para ser sincera, pouco importava já que eu estava me divertindo muito chacoalhando uma das mãos para o alto. Jasper e Alice ficaram na nossa cola, talvez com medo de que eu aprontasse.
Assim que chegamos perto do palco falei no ouvido de Ed.
- Pode me colocar no chão, aqui está bom.
Ele obedeceu, mas não tirou as mãos de minha cintura, dando-me apoio. Minha amiga e Jazz ficaram dançando à nossa volta liberando geral. Edward estava bastante risonho por causa da biritinha e isso me fazia gargalhar constantemente.
- Extravasa, Ed! - Tratei de deixá-lo ainda mais animado. - Dança comigo.
- Eu não sei. - Respondeu perto do meu ouvido.
- Só se deixe levar pela música. - Coloquei minha perna machucada junto ao quadril dele, apoiando-me num pé só. Isso fez com que ele se encaixasse em mim. Como continuou segurando minha cintura, pendi um pouco o corpo para trás mexendo o quadril e isso automaticamente o obrigou a mexer também. Passei minhas mãos pelos cabelos cantando com entusiasmo. - You know you got me goin' now (Você sabe que você me mantém agora...) Just like I knew you would (Assim como eu sabia que você faria...) Agita, Ed! - É, eu estava muito doida. - Well, shake it up baby now (Bem, agite seu corpo baby, agora...).
Alice passou perto de mim e sussurrou em meu ouvido:
- Assim você acaba com a criança.
Não entendi bem o que ela quis dizer e continuei a curtir. Coloquei minhas mãos em volta do pescoço do selvagem ao falar:
- Viu, você sabe dançar.
Por causa dos movimentos minha perna deslizou para baixo, só que Edward agarrou minha coxa com força e a recolocou em seu quadril. Ficamos mexendo de um lado para outro suavemente.
Minha amiga outra vez passou perto de nós e cantarolou:
- Tem gente assistindooo.
Ed e eu olhamos para o palco vimos que Brad boy não estava nada satisfeito. Vibrei por dentro.
Coloquei minha boca perto da orelha do selvagem e sussurrei:
- Ria como se eu tivesse te falado algo muito engraçado. - O cara riu mesmo, por algum motivo achou minhas intenções irônicas.
Já que eu estava bêbada, resolvi chutar o pau da barraca. Lambi sensualmente a orelha de Edward, o qual involuntariamente arrepiou-se. A risada de Alice foi tão alta que era impossível não ouvir. Naquele momento só me preocupei em manter a farsa e tripudiar em cima do meu ex. Então, mordisquei o lóbulo da orelha do meu namoradinho para que todos vissem.
- Não estudamos isso. - Ele murmurou com a voz rouca.
- Eu sei o que estou fazendo. - Precisei me concentrar, pois estava meio tonta. De dentro de mim emergiu a mágoa e as lembranças de tudo que sofri, elas serviram de combustível para minha loucura. - Não se preocupe. - Agarrei os cabelos dele e sem nenhuma cerimônia suguei parte de sua orelha. Fiz o meu melhor, demorando mais tempo do que planejei. Edward apenas ofegou. - Concentre-se em nossa atuação. - Pedi fechando os olhos. Ele me abraçou com vigor e eu continuei a distribuir beijos por sua orelha enquanto afundava meus dedos em seus cabelos. Ele ficou tão arrepiado que me senti culpada por estar extrapolando. - Acho que está bom... por hoje. - Me afastei um pouco.
- Vamos... - Evitou me encarar. - Tomar um ar.
- Sim.
(...)
A banda continuou tocando e a noite seguiu agitada. Precisei parar de beber, se não era capaz de capotar. Outro integrante do Link 69 assumiu o vocal e Brad desapareceu. O filho da mãe devia estar passando o rodo na mulherada.
Apoiada em minhas muletas, fiquei perto da piscina analisando a festa enquanto esperava Ed voltar com a minha água. Então, ouvi um sussurro que me fez sobressaltar.
- Te peguei. - Olhei para o lado e quase gemi de dor ao perceber que era meu ex. - Se assustou? - Riu.
- Não. - Menti.
- Gostando da noite, Bells? - Sorriu debochadamente sexy.
- Claro.
- Sabe, você tem um colar de uva e eu também. - Exibiu o seu. - Porque não fugimos? Nós somos tão bons nisso.
Gargalhei alto. Não premeditei que soasse zombeteiro, mas soou.
- Passo minha vez.
- Está brava comigo? - Acariciou meu braço.
- Não. - Me fiz de forte.
- Não machuque meu pobre coração. - Fez biquinho.
- E você tem um? - Puts, só bêbada conseguia dizer aquilo.
- Ai. Essa doeu. - Sorriu. - Sabe o que eu mais queria essa noite?
- Não faço idéia. - Revirei os olhos.
- Queria que se lembrasse de como éramos perfeitos juntos. - Sussurrou em meu ouvido.
Achei aquela frase irônica demais, pois me lembrei do que ele me disse ao me deixar.
“Não dá, Bells. Você é uma boa menina, mas eu preciso de uma boa mulher. Você vai superar rapidinho.”
Encarei McFadden ferida demais para dizer qualquer coisa que não fosse...
- Não dá, Brad. Você é um bom menino, mas eu preciso de um bom homem. Você vai superar rapidinho.
Ele logo tomou consciência de que eram suas próprias palavras e ficou sério como eu nunca vi antes. Eu ainda o amava, mas minhas burradas até aquele momento começaram a me mostrar um caminho melhor a seguir. E como se o universo finalmente conspirasse a meu favor, Edward retornou.
- Sua água. - Me estendeu a garrafa.
- Nossa, o domador fala. - Brad recuperou seu sarcasmo. - Que demais, sócio.
- Sócio? - Ed não entendeu a piadinha. Meu ex devia acreditar que estava me dividindo com o selvagem.
- Você não vai mais cantar? - Mudei de assunto.
- Não. É minha vez de aproveitar a noite. - Me olhou de uma forma maliciosa.
Dessa vez, Edward percebeu o que estava rolando e colocou um braço em volta dos meus ombros.
- Ótimo show. - Elogiou com uma inesperada sinceridade.
- Obrigado, faço o que eu posso. - McFadden assentiu como se esperasse aplausos. - E você? Tirando muitas fotos com o puma?
- Algumas.
- Deve ser... - Suspirou debochando. - Nem tenho palavras, amigo.
Fitei Ed e seu olhar não era o mesmo que eu costumava ver. Existia algo mais profundo, ameaçador e primitivo nele.
- Edward? - Por um momento não o reconheci.
Brad percebeu que afetou meu falso namorado e provocou.
- Algum problema? - Se aproximou.
- Não o provoque. - Pedi. Não era legal ficar no meio do fogo cruzado.
Os olhos de Edward eram tão ameaçadores e, ao mesmo tempo, tão vazios que me fizeram lembrar os do puma quando quase me atacou.
- Nenhum problema. - Disse ríspido.
- Edward, vamos entrar. - O cutuquei.
De repente, ouvimos estampidos altíssimos que provocaram uma histeria coletiva.
- Cuidado! - Brad puxou-me para baixo e eu puxei Ed. Sem equilíbrio algum, pendi para trás. Ao tentar me segurar nos rapazes, acabei levando-os comigo para dentro da piscina.
Mesmo dentro da água, ainda podia ouvir os estampidos. Emergi com a ajuda de McFadden e o que eu vi me deixou apavorada.
- SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! - Emmett corria erguendo a bermuda enquanto o italiano atirava para todo lado, totalmente enlouquecido. Sua esposa, só de lingerie, tentava detê-lo agarrando seu braço. - ALGUÉM ME AJUDE PELO AMOR DA MINHA VIDA! - Meu amigo corria pelo jardim, desesperado.
- Minha nossa! - Ignorando o meu tornozelo, saí da piscina o mais rápido que pude. - NÃO ATIRE! - Gritei, só que o corno infelizmente continuou a perseguição xingando em italiano.
- ALGUÉM FAZ ALGUMA COISA! - Alice se aproximou chorando. Jazz se escondeu atrás dela e a Bogdanov se agarrou a meu irmão.
Rosalie dificultou a mira do marido, que, por milagre, não matou Emmett. O pessoal que estava na festa evaporou de uma forma inacreditável. Quando se trata de tiroteio, todos se tornam velocistas. Emm veio correndo em nossa direção e notei que agora até eu estava ferrada.
- Todo mundo pro chão! - Caí levando Jazz e Lice comigo.
- É BALA! - Meu irmão cobriu a cabeça.
Quando Emm já estava bem próximo a nós, corajosamente desistiu para que não fossemos atingidos por balas perdidas.
- Tudo bem. Eu me entrego. - Colocou as mãos atrás da cabeça.
Ofegando feito um touro, o hóspede encostou o cano da pistola na testa de meu amigo, o qual caiu de joelhos choramingando.
- Eu não vivi o suficiente meu senhor, tenha dó mim.
- Diga suas últimas palavras, maldito. - O homem rosnou cheio de ira.
- Não o mate, pelo amor de Deus! - Gritei ficando de joelhos também. O corno virou a arma em minha direção. - Cape ele, mas não mate.
- O quê? - Emm arregalou os olhos. - Capar não! Nada disso. Tudo menos capar. Me mate! - Segurou o cano da arma e colocou contra sua testa.
- Cala essa boca, Emmett! - Revoltei-me.
- Rápido, Edward, use seu Krav Magá contra ele! - Jazz falou alto.
- Muito obrigado por alertá-lo sobre isso, Jasper. - O selvagem respondeu ao sair da piscina.
O homem percebeu que nos manter separados era um risco.
- Fiquem todos juntos! Todos! - Colocou-nos sobre sua mira.
O corno não quis papo e nos usou como reféns. Obrigou-nos a entrar na mansão e, sob ameaças, colocou-nos dentro do banheiro que ficava em um corredor perto da sala.
- Vai nos matar aqui? - Lice choramingou. - Eu não quero morrer em um banheiro.
- Meil nalja. - Dona Bogdanov ri alto.
- O que essa mulher falou? - O italiano considerou uma ofensa.
- Ninguém sabe. - Murmurei.
- Acham engraçado debochar de mim? Ficaram me chamando de corno pelas costas? - Chacoalhou a arma suando muito.
- Imagina se a gente ia fazer um negócio desses, meu senhor. - Com cautela, dei um passo à frente e ele foi para a soleira, nos deixando acuados. - Aqui todo mundo entende sua dor. Nós também já fomos traídos, não é pessoal? - Quase todos assentiram.
- É verdade. - Meu irmão interveio. - Jasper já foi traído tipo, umas cinco vezes.
- Quer me fazer acreditar que já conseguiu alguma mulher com esse peito branco albino? - O italiano não gostou da mentira.
- Que droga! - Jazz socou o ar. - Nem todo mundo gosta de se bronzear, caramba. - A cozinheira alisou o braço dele o consolando. Meu irmão encarou a senhora, depois, voltou-se para o corno. - Por favor, me mata primeiro.
- Eu acho isso muito injusto. - Brad se pronunciou. - Não tenho nada a ver com os problemas conjugais de ninguém. Nem deveria estar aqui.
- Ele tem razão. - Disse Alice. - Você devia despejar sua ira sobre sua esposa biscate. Ninguém aqui mandou ela “dar” para o nosso amigo.
- Espera aí, coleguinha. - Rosalie se aproximou. - Quem você pensa que é pra falar assim de mim?
- Você que nos meteu nessa encrenca só porque não conseguiu segurar a perseguida. Minha filha, não venha cheia de moral que eu to aqui tinindo de vontade de dar na sua cara. - Minha amiga revidou.
- Experimente tocar um dedo em mim, sua vaca em miniatura.
A loira pediu e levou, mas logo em seguida retribuiu o tapa. As duas se atracaram bem na minha frente.
- Ei, ei, ei! - Me meti entre elas tentando separá-las. - Isso não é hora de brigar. - Rosalie foi bater em minha amiga e acabou me atingindo na face. Caí senta.
- Agora eu é que vou descer o braço! - Emputei.
- SILÊNCIO NESSE PUTEIRO! - O italiano ficou furioso.
- Calma. - Reclamei. - Mata, mas também não xinga.
Ed me ajudou a levantar.
- Amor, esqueça tudo isso, vamos fazer as pazes. - A loira tentou ser persuasiva.
- Cala a boca, sua cretina. - Vociferou. - Preciso pensar.
- Deixem ele em paz. - Edward murmurou.
- Já sei o que fazer. - O hóspede pegou a chave na fechadura e bateu a porta dizendo. - Vou chamar o meu pessoal.
- O que ele quer dizer com “pessoal”? - Fitei Rosalie.
- Vocês não vão querer saber. - Sorriu envergonhada. - Mas não se preocupem, ele não pode nos matar, está proibido de matar nesse país. Ordens da máfia italiana.
- Máfia italiana? - Alice indagou por entre dentes quase voando no pescoço de Emmett.
- Não tinha isso escrito no corpo dela. - Justificou-se. - Não me olhem assim. - Ele foi até a porta e tentou abri-la. - Está trancada. Vamos arrombar?
- Jasper acha que é melhor não fazer nada que irrite o cornudo.
- Alguém tem um celular? - Perguntei.
- Eu tenho. - Brad o tirou do bolso de sua jaqueta. - Só que não funciona mais. - Balançou o aparelho, o qual respingou água. Chateado, jogou o telefone dentro da privada.
- Ja nüüd? - A cozinheira falou alto. A fitamos tentando decifrar que porcaria estava falando. - Viibimine rahu.
- Vibi... o quê? - Balancei a cabeça. - Assim não dá! Ela só pode estar curtindo com a nossa cara.
(...)
Sentados no chão, esperamos e esperamos...
- Há quanto tempo estamos aqui? - Perguntou Alice.
- Mais de três horas. - McFadden verificou em seu relógio de pulso.
- Isso é pior do que quando Jasper e eu fumamos maconha estragada. - Emm resmungou.
- Altamente coisativo. - Jasper murmurou.
- Afinal, o que é coisativo? - Edward perguntou.
- Ei, T-zed, por que não atacou o corno como fez com o cara do cinema? - Jazz afastou-se pela décima vez da dona Bogdanov.
- Meus reflexos não estavam bons por causa da bebida e também não queria colocá-los em risco.
- Grande rei da floresta. - Brad debochou.
Emmett ficou se contorcendo de uma forma bizarra.
- O que você tem? - Perguntei.
- Acho que preciso usar o banheiro.
- NÃO! - Todos gritamos ao mesmo tempo.
- Já chega, temos que pensar em um jeito de escapar. - Disse Alice.
- Vamos obrigar essa estoniana pervertida a cavar um túnel. - Meu irmão fez cara feia para dona Bogdanov, a qual suspirou apaixonada. - Jasper não agüenta mais essa pirada.
- Acho que o homem não está mais na casa. Vou arrombar a porta agora. - Edward olhou para Emmett. - Preciso de ajuda.
- Demorou. - Meu amigo ficou de pé.
Fizemos o mesmo e abrimos espaço para que eles chutassem a porta. Forçaram até que fechadura rompeu e a porta escancarou.
Atravessamos o corredor e chegamos à sala. A minha reação e a de Jasper ao vermos o cômodo não foi das melhores.
- AAAAAAHHHHRÃRÃRÃRÃRÃ! - Demos um grito misturado com um choro.
- Puta que farel. - Emmett murmurou. - Levaram tudo.
- E picharam as paredes. - Alice quase chorou.
Meu irmão saiu correndo pela casa feito um lunático. Ele subiu as escadas super rápido e ao chegar lá em cima gritou novamente. Depois, ouvimos um baque que pareceu o de um corpo caindo no chão. Eu não tinha duvidas de que o maldito italiano havia roubado toda a mobília.
Em uma só noite, tudo acabou. Não existia mais resort, férias, e nosso pai certamente enfartaria.
(Continua...)
Próximo Capítulo Aqui!
Kkkkkkkk! Mmuito engraçado o capitulo! Adorei... ;D
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