Olá! Tudo bem?
Como senti saudades de
postar... Vocês nem imaginam! Mas, graças a Deus, pintou aquela
vontade louca de escrever sobre o T-zed e a Bella, então Tammy me
deu um empurrão fenomenal, o qual me fez demorar só uns 2 meses pra
terminar kkkkkkk (obrigada por tudo, Tam-Tam). O importante é que
consegui e, acreditem em mim, com minha nova rotina, foi praticamente
um milagre. Pois é, vou parar de enrolar e dizer logo que o capítulo
TEM CENSURA 16 ANOS. :D
Como sempre o cap está
grande, mas aproveitem que não voltarei a escrever capítulos dessa
fic. Obrigada por todo o apoio, vocês são sempre maravilhosos
comigo. Agradeço também ao meu mais que querido beta e Xêro pra
Luísa. Agora... GO, T-ZED!GO!
***
Um
Selvagem Diferente
Capítulo
Bônus
Após 1 ano só pegando no pesado no
resort, precisei de um tempo longe da habitual loucura que é a minha
vida ao lado dos meus amigos. Edward, que também estava cansado de
Orlando e das viagens, tirou algumas semanas de férias e no mesmo
dia em que voltou da Europa, embarcou em um avião comigo com destino
a Malaita. O coitado ficou quase um mês no norte da Finlândia
esperando que o mal tempo desse uma trégua para gravar os dois
últimos episódios da temporada.
A viagem para a ilha — como da primeira
vez — foi longa e exaustiva. Atracamos em Malaita por volta das
17:30h e assim que chegamos na casa do doutor, o selvagem carregou-me
até o seu quarto, onde eu simplesmente apaguei. Dormi como se não
tivesse dormido por meses. Só quando os raios de sol do novo dia
atravessaram as persianas, foi que despertei lentamente, ouvindo ao
longe o canto dos pássaros e o chacoalhar das copas das árvores.
Ainda sonolenta me espreguicei,
esticando-me toda na enorme cama. Infelizmente, o meu namorado não
estava lá. Isso me frustrou, pois já bastava ele ter passado quase
toda viagem introspectivo.
Trajando apenas um blusão verde de Edward,
deixei a cama e fui para o banheiro, onde escovei os dentes e lavei o
rosto. Em seguida, saí de mansinho pela casa esperando esbarrar com
o “sumido”. Ainda bem que não precisava me preocupar com o
Dr.Carlisle, já que este se encontrava em Orlando para mais uma
temporada de congressos.
Como não achei o selvagem em nenhum dos
cômodos, fui para a varanda e lá finalmente o avistei. Ele estava
na grama — há uns oito metros de mim — fazendo flexões. Não
notando minha presença, continuou se exercitando com o sol queimando
suas costas e braços por estar vestindo apenas um jeans detonado.
Desde que Edward se comprometera com o
Instinto Radical, passou a cuidar mais do físico, a fim de
acompanhar o ritmo puxado das aventuras do programa. Ele ganhou um
pouquinho mais de massa muscular, e isso o deixou ainda mais gostoso.
Devo salientar que além do corpo mais definido, o selvagem agora
também tinha um cabelo digno de seu apelido. Estava longo — com as
pontas chegando aos ombros — e bem mais claro, pela quantidade de
tempo que passava no sol nas viagens. A única coisa que ele preferia
não manter era a barba, deixando sempre visível o sorriso ingênuo
que eu tanto adorava.
Contente por vê-lo em total sintonia com o
ambiente, escorei-me em uma coluna de madeira, assistindo Edward
subir e descer em suas flexões. Institivamente fiquei curiosa quanto
às horas, mas então respirei fundo e deduzi que não passavam de
7:00h, pois ainda podia sentir o cheiro de orvalho.
Ao terminar o exercício, Edward deitou na
grama de braços abertos e olhos fechados, recebendo agora o calor do
sol em seu rosto. Mesmo há metros, podia sentir que algo o
incomodava, contudo, preferi não pressioná-lo. Tinha esperança de
que ele mesmo tomasse a iniciativa e partilhasse, seja lá o que
fosse, comigo.
Convencida a dar o espaço que sutilmente o
selvagem exigia, deixei a varanda e fui para a cozinha cuidar do café
da manhã. Na geladeira e nos armários, encontrei o que precisava
para preparar omeletes e torradas. O doutor deixara tudo abastecido
para nossa breve estadia.
Enquanto batia os ovos em uma vasilha,
comecei a recordar a última vez em que tentei cozinhar pro meu
namorado. Foi há cerca de um mês — um dia antes de ele viajar —
quando ofereci um jantar em comemoração ao seu aniversário. Meu
objetivo era tornar a sua noite especial, mas ela acabou se tornando
“especial” demais para o meu gosto.
...
Era uma quente tarde de sábado e,
suando feito uma condenada, desdobrava-me na cozinha para preparar o
jantarzinho surpresa. Edward até tentou me convencer a passar o dia
com ele, mas o enrolei dizendo que ficaria em um spa, me embelezando
para irmos ao cinema à noite. O coitado acabou ficando sozinho em
sua casa. Mas o que o ingênuo não imaginava, era que em poucas
horas comemoraria os seus 24 anos com Bruce Jones, meu pai, os
rapazes, Alice, Sarah Ryan e o Dr.Carlisle, o qual estava vindo de
Malaita só por causa dele. Há meses os dois não se viam e eu
queria proporcionar a ocasião perfeita para o encontro.
Logo pela manhã, com a ajuda de dois
funcionários, decorei uma parte reservada do jardim com lanternas de
papel, lindos arranjos de flores e o nosso melhor aparelho de jantar.
Eu bem que preferia usar o recém-reformado salão de festas, mas ele
já estava alugado para a despedida de solteira de uma hóspede.
Depois de dias pensando no que servir
como prato principal, resolvi preparar um pernil de cordeiro com
molho de hortelã. Eu só precisava que a distraída Alice terminasse
de ler a droga da receita.
— Se você beber outra cerveja ao
invés de me ajudar, pode se considerar desconvidada! — ralhei,
vendo-a arrancar a tampinha da Heineken com os dentes.
— Relaxa aí, coleguinha —
despreocupada ela sentou na ponta da mesa e folheou o livro. —
Coloque o pernil no centro da assadeira — esperou que assim eu
fizesse. — Agora polvilhe com sal, pimenta e regue novamente com
azeite. Depois, leve ao forno por aproximadamente quatro horas —
fechou o livro. — É moleza!
Cuidadosamente segui a instrução e
coloquei o pernil no forno que já estava aquecido.
— Eu tou um caco — murmurei apoiando
as mãos na mesa.
— Está mesmo. Bella, sua minhoca de
água suja, que unhas malacafentas são essas?! — Lice fez uma
careta, enojada.
— Eu sei. Mais tarde dou um jeito
nisso.
— O quê? Não senhora! Vamos agora ao
salão dar uma geral em você.
— E quem vai ficar de olho no pernil?
Enquanto eu ainda pensava em uma
solução, minha amiga, com seu gogó perigosamente potente, berrou:
— JASPER! — ela foi até a entrada
da cozinha. — JASPER!
— Tá gastando o meu nome por quê? —
chateado, ele apareceu segurando uma prancheta.
— Alice e eu vamos sair e voltamos em
menos de 1 hora. Por favor, cuida do forno pra mim — pedi tirando o
avental.
— Você tá brincando, né? — ele
resmungou jogando a prancheta na mesa. — Já
estou ajudando a supervisionar os preparativos da despedida de
solteira da hóspede. Coisa que vocês deveriam estar fazendo.
— Deixa de
frescura, é só garantir que o forno continue ligado — Lice
puxou-me pelo braço.
— Voltamos num
piscar de olhos — prometi antes de deixar a cozinha.
Eu não tinha com
o que me preocupar, o pernil demoraria quatro horas para ficar
pronto. Quando retornasse, só teria que virá-lo para que assasse
igualmente.
(...)
Alice e eu conseguimos fazer as unhas e
hidratar os cabelos, porém demorou um pouco mais do que esperávamos,
pois o salão próximo à mansão estava lotado por ser final de
semana.
Preocupada em virar o assado, apressei o
passo ao dobrar a esquina da minha rua. Lice que tagarelava sobre a
sua última briga com Emmett, de repente, me deteve, alarmando:
— Puta merda, aquele não é o carro
do T-zed?
Embasbacadas, avistamos o Maserati
conversível preto passar pelo outro lado da rua. Milagrosamente,
Edward não nos viu, pois do contrário, teria parado. Ao invés
disso, estacionou em frente à mansão. Quanto a nós, tivemos que
correr e nos esconder atrás de uma propaganda de ponto de ônibus.
— É. Acho que agora danou-se! —
Alice concluiu.
— Danou-se nada. Eu não nadei tanto
pra morrer na praia — a empurrei para fora do esconderijo. — Vai
lá e impeça Edward de entrar na mansão. Ele não pode ver a
decoração e eu preciso virar o pernil.
— E eu vou dizer o quê, mulher? —
vociferou rápido.
— Invente! — sacudi a mão,
despachando-a.
A sujeita disparou feito um foguete,
chamando o meu namorado aos gritos. Conhecendo ele como eu conhecia,
sabia que estava saindo do carro à força por estar constrangido com
o escândalo de Lice.
Para não ter que inventar mais mentiras
só para justificar o fato de eu não estar no spa, aguardei por
cinco segundos antes de esticar o pescoço e espiar. Há cerca de dez
metros do ponto do ônibus, Alice mantinha Edward de costas para mim,
sinalizando disfarçadamente para que eu entrasse no resort enquanto
ela o distraía.
Apreensiva, saí do ridículo
esconderijo e, “pisando em ovos”, fui diminuindo a distância.
Tinha passado semanas planejando aquele aniversário e a pior coisa
que podia acontecer era ele descobrir tão em cima da hora. Quando
faltava pouco para eu alcançar os portões da mansão, Lice puxou
Edward pela mão, a fim de me abrir caminho.
— Desculpe, Alice — impaciente, ele
se desvencilhou e eu estanquei, acreditando que me flagraria. —
Você vai ter que procurar um médico. Não sei nada sobre essa
coceira íntima que está tendo.
— Acho que tem razão — ela sorriu
tensa, sem saber como entretê-lo. — Ei, mas o que faz aqui? Bella
não está.
— Toby me ligou dizendo que eu
precisava ver algo — respondeu.
Era só o que me faltava. O almôndega
do inferno estava se vingando por não ter sido convidado para a
festa. Aquele moleque queria ver a minha desgraça!
Arriscando-me mais do que deveria,
encolhi para passar pelo portão que estava entreaberto. A mancada
foi que a minha mão direita bateu em uma barra e o portão rangeu ao
abrir. Em reflexo, Edward tentou olhar para trás, mas Alice agarrou
sua cabeça bem a tempo.
— Eu menti! — ela gritou exasperada.
— Não tenho coceira nenhuma — outra vez roubou-lhe a atenção.
— Foi só uma desculpa para não dizer o que realmente quero dizer
— olhou de relance pra mim, que petrifiquei sem saber se entrava
correndo, ou se voltava para o esconderijo.
— Afinal, que você tem, Alice? — o
selvagem afastou as mãos dela.
— O que eu tenho? — nervosa, passou
a gesticular — É que... é muito sério... pra mim — aproveitei
a gagueira da maluca e de mansinho fui adentrando o jardim. —
Edward, eu... Ai, caramba! Eu estou apaixonada por você!
Imediatamente voltei os quatro passos
que tinha dado só para fuzilar Lice com o meu olhar. Revoltada com a
sua péssima ideia, ergui o punho em ameaça. A desgraçada apenas
deu de ombros, se segurando para não rir do choque que causou em
Edward. Ele precisou de alguns segundos para processar a declaração.
E quem não precisaria?
— Tem certeza? — o pobre coitado
averiguou, desconcertado.
— Tenho — se fazendo de vítima, a
cínica começou a choramingar. — Estou sofrendo. O que vou fazer?
E a culpa é toda sua, sabia?! — o empurrou.
— O que eu fiz?
Quase soltando fumaça pelo nariz,
cruzei os braços, seriamente inclinada a acabar com toda a
palhaçada.
— Quem mandou vir ao mundo... —
Alice pressionou os lábios para não gargalhar da nossa cara. —
Tão gostoso?! Toma na cara, seu maléfico! — e ela deu um forte
tapa no meu namorado.
No mesmo instante gritei “FILHA DUMA
ÉGUA!”, mas minha voz não saiu. Minha consciência me impedia de
boicotar a surpresa. Então só me restou aproveitar o momento de
confusão pra correr com todo o gás para dentro da mansão. Eu
estava uma fera, mas obriguei-me a manter a calma, pois precisava
segurar as rédeas da situação. Em outra hora cuidaria de
“destraumatizar” Edward.
— Demorou, hein? — Jazz reclamou
quando me viu atravessar a porta da frente. — Por que está
vermelha?
— Nem pergunte — suspirei exausta. —
E você? Por que está sentado no sofá sem fazer nada?
— Tou esperando a confeitaria entregar
o bolo da hóspede — colocou os pés sobre a mesa de centro.
— O bolo! — desesperada, levei as
mãos à cabeça.
Sarah tinha feito questão de encomendar
o bolo do filho em uma confeitaria chiquérrima, mas que ficava do
outro lado da cidade. Preocupada com o assado, acabei esquecendo que
deveria ter buscado o bolo.
— Onde está o nosso pai? —
questionei ansiosa.
Jasper apontou para o escritório e
corri até lá. Entrei no cômodo sem nem mesmo bater antes.
— Pai, preciso de ajuda —
desembuchei logo. — Pode, por favor, pegar o bolo do Edward?
— Por que não pede ao seu irmão? —
com a sua habitual tranquilidade, ele retirou os óculos de grau. —
A minha tarefa não era só buscar o Carlisle no aeroporto?
— Valha meu Deus do céu! —
arregalei os olhos.
— O que foi? Não me diga que esqueceu
que ele vem.
— Não é isso — contorci o corpo em
angústia. — Sente esse cheiro?
— Por acaso esqueceu algo no forno?
Deixei meu pai sem resposta e
desembestei feito uma louca para a cozinha. Tinha certeza que estava
no meio de um pesadelo, porque quando escancearei o forno, uma densa
fumaça brotou de lá, espalhando-se rapidamente pela cozinha.
Inconsolável, comecei a tossir horrores, perguntando-me o que tinha
dado de errado se segui fielmente a receita.
— Eita ferro! — tossindo também,
Jazz se aproximou.
— Não entendo — com luvas, retirei
a assadeira e a coloquei sobre a pia. — Não era pra ter queimado.
Sacudi um pano de prato para dispersar a
fumaça e verifiquei os botões do fogão. Percebi que o forno estava
no máximo, e não no médio como eu havia deixado. Já deduzindo o
que tinha acontecido, vagarosamente virei-me para encarar o meu
tapado irmão.
— Você mexeu no fogão? —
interroguei por entre dentes.
— Tipo assim — cabisbaixo, ele ficou
cutucando o umbigo. — Se é pra assar, que seja no máximo, né?!
Acompanhou o raciocínio?
Senti a veia do meu pescoço pulsar
forte. Já estava anoitecendo e eu não tinha prato principal, nem
bolo e só faltava um triz para o aniversariante descobrir tudo.
Vendo-me atribulada, meu pai resolveu ir pegar o bolo e logo depois o
doutor. Então fui vasculhar o refrigerador em busca de qualquer
coisa que substituísse o pernil, no entanto, fritar hambúrguer ou
descongelar frango não parecia a solução que precisava.
— Gente, o que aconteceu com a comida?
— Alice perguntou, retornando à cozinha como a personagem
principal do meu pesadelo.
— O que aconteceu pergunto eu! —
fechei o refrigerador. — Cadê o Edward?
— Xiii... — ela soltou uma risada
sacana, pegando outra cerveja na porta da geladeira. — Seu namorado
disse que precisava dar uma volta e se escafedeu. Malandra, tu tinha
que ver a cara dele — caiu na gargalhada.
— O que você fez? — rosnei, não
achando graça nenhuma.
— Oras,... me esforcei para ser
convincente — argumentou séria. — Daí eu tentei beijá-lo.
— Com essa eu vou embora. Não vou
separar briga de ninguém — Jasper desistiu de tentar tirar a parte
carbonizada do pernil e o jogou no cesto de lixo.
— Diz pra mim que tá brincando! —
vociferei descontrolada.
— Calma, Bella. Ele não permitiu.
Pôxa, que saco! Você nunca reconhece os sacrifícios que faço em
nome da nossa amizade.
Respirei fundo. Na verdade, respirei
muito fundo.
— Tudo bem, sei que fui eu quem pediu
ajuda. Mas, por favor, fica sóbria só esse sábado. Não posso
passar vergonha na frente dos pais do Edward.
Como resposta, Lice mostrou o polegar,
entornando a Heineken.
(...)
Durante os trinta minutos seguintes,
Alice e eu abrimos todas as embalagens de carne enlatada que
encontramos na dispensa. O plano era misturar a gororoba com cebola
picada, salsinha, assar e enfeitar com batata palha. Claro que eu
podia ter pedido algo pelo telefone, mas a verdade é que eu não
tinha como arcar com a despesa. Reinvestira quase todo o salário
daquele mês no resort e o pouco que sobrara, comprei um vestido,
sapatos e os arranjos de flores.
— Se preocupa não, vai dar certo —
Lice, bem atrás de mim, massageou-me os ombros.
— Assim espero — sussurrei
misturando a carne com a verdura na assadeira.
— Mary Alice Brandon!
— Emmett despontou na entrada da cozinha, muito revoltado. — Eu
saio pra levar a topic no mecânico e quando volto descubro que está
tendo um caso com o T-zed?!
Cheirou cola, sua miserável?!
Enfadadas, trocamos um olhar antes de
ela rebater:
— Cala a boca, seu retarda! É tudo
armação.
— Espera — me preocupei. — Falou
com o Edward? Onde ele está?
— Que armação, Alice? — Emm não
se convencendo, ignorou-me. — O cara me abordou lá na calçada com
um papo muito estranho de que não tem culpa do que você sente por
ele — despejou em alta voz.
Enquanto a minha amiga revirava os
olhos, agarrei Emmett pela gola do uniforme para que me desse
atenção.
— O Edward já sabe sobre o jantar
surpresa?
— Não faço ideia! — respondeu
desaforado. — Bella, me desculpe, mas quando o traíra se acusou
fiz o que qualquer homem na minha posição faria.
— O que você fez? — assustei-me.
— Dei um soco nele e saí correndo.
Na mesma hora pirei legal.
— CHEGA DE BATER NO ANIVERSARIANTE! —
urrei com os nervos em frangalhos.
— Emmett, você desafiou a morte por
mim? — Alice se comoveu e eu dei dois passos atrás para não
explodir novamente.
— Claro. Quantas vezes vou precisar
dizer que te amo, sua besta? — ele retrucou emburrado. — Vou
lutar por você nem que eu tenha que distribuir bifas, pipôcos e o
escambal à quatro!
Lice, lisonjeada, caminhou até o
namorado com os olhos marejados.
— Essa foi a coisa mais linda que já
me disseram — ela confessou com a voz chorosa e acariciou o rosto
dele. — Eu também te amo, Emm — e tascou-lhe um beijo
despudorado.
Indignada com os dois, joguei as mãos
para o ar, me queixando:
— Então é isso? Ninguém vai
verificar a minha pressão, ou colocar um comprimido debaixo da minha
língua? Não? É. Eu vou morrer!
Por ter sido mais uma vez ignorada,
deixei o casal complicado se agarrando e voltei para o pé do fogão.
(...)
Depois que Alice explicou todo o mal
entendido a Emmett, ele nos abandonou com a promessa de que
arranjaria um jeito de se desculpar com Edward. Afirmou que lhe daria
um presente tão “porrêta” que ele esqueceria o soco. Enquanto
eu esperava por tal milagre, retirei a carne do forno e a coloquei
sobre a mesa.
— O que você acha, Lice? — com um
garfo cutuquei a goroba marrom. — Alice? — olhei em volta e nem
sinal da criatura.
Fiquei lá, parada no meio da cozinha
com cara de trouxa. Foi então que o “malacabado” Toby entrou
pela porta dos fundos.
— Cheguei. Podem começar a servir os
belisquetes!
— Dê meia volta! — ordenei
apontando para a saída. — Pensa que não descobri o seu plano pra
ferrar com tudo?
— O que é isso, Puro Osso?! Eu trouxe
até presentinho, olha — ele balançou um chaveiro de supermercado.
Decidida a não desperdiçar o resto da
minha paciência com o pudim de banha, tirei uma lasquinha do assado,
mas não tive coragem de provar.
— Me diz se está bom — estendi o
garfo para o Pancinha.
Ele se aproximou e examinou a carne, em
seguida, olhou para a pia que estava abarrotada com as embalagens.
— Você tem noção de quantos
cachorros morreram pra você fazer essa comidinha sem vergonha? —
criticou com as mãos na cintura. — Minha boca não é privada.
— Há quem discorde — repliquei.
— A MULHER CHEGOU! A MULHER CHEGOU! —
Alice invadiu o lugar, saltitando.
— Sarah já chegou? — rapidamente
verifiquei as horas no relógio de parede. — Mas eu nem tomei banho
ainda — inutilmente tentei desamassar o meu uniforme.
— O que essa pelota de meleca faz
aqui? — Lice fez uma careta para Toby.
— Meu pai me trouxe — ele mostrou a
língua.
— O quê? O Bruce também já está
aqui? — preocupada comecei a tatear os meus bolsos. — Alguém me
dá um celular! — implorei por não saber onde estava o meu.
— Toma — Alice entregou-me o dela.
Telefonei para o meu pai e quase surtei
quando descobri que ele estava preso em um engarrafamento junto com o
bendito bolo. O pior é que o doutor ainda o esperava no aeroporto.
Depois que desliguei, mandei Lice e Toby pararem de bater boca e
tentei pensar em uma solução. Daí, percebi que a única saída era
pedir Sarah para buscar o ex-marido.
Encontrei-a conversando com Bruce na
sala. Mesmo fedendo à carne enlatada, os cumprimentei e expliquei só
uma parte do problema, para não ter que contar nada sobre o bolo.
Ela prontamente concordou e Bruce decidiu acompanhá-la.
Assim que saíram, subi a escadaria
correndo e fui para o quarto tomar banho. Enquanto me despia enviei
uma mensagem de texto para Edward com o seguinte pedido: me
pega no resort às 20:00. Tou com saudade. Beijo molhado.
Larguei o aparelho na cama e me tranquei
no banheiro torcendo para que quando ele chegasse — certo de que me
levaria ao cinema — tudo já estivesse resolvido e a noite virasse
só alegria. Então tomei uma ducha rápida e me maquiei ali mesmo.
Quando terminei, abri a porta do
banheiro e dei de cara com Alice, sentada na cama, gargalhando feito
uma demente. Em sua mão esquerda estava o copo do liquidificador
cheio de margarita e na direita o celular.
— Êtcha bagaça... Sua anta, você
usa o meu celular e se esquece de assinar a mensagem? — chupou o
canudinho que estava enfiado na margarita e fixou os olhos no visor
do telefone. — Escuta, o T-zed respondeu: Alice,
por favor, pare com isso. Emmett já me bateu por causa dos seus
sentimentos equivocados. Não acha que é o suficiente?
— Coitado — murmurei com dó.
— Espera aí, a melhor parte vem
agora. Eu respondi assim: Ed,
é só me roubar pra você, porque roubar pra comer não é pecado.
Vem cá agora e encosta “neu”!
Fiquei assistindo a infeliz rir a ponto
de engasgar com a margarita, o que fez a veia do meu pescoço voltar
a pulsar forte. Por não ter mais energia para gritar, me joguei na
cama e afundei o rosto no travesseiro.
— Bella, não reclame. Pra quem tá se
afogando, jacaré é tronco. Tudo isso vai manter o cara longe da
mansão e... — gargalhou mais um pouco. — Fazê-lo torrar os
miolos pensando em como te contar que a sua melhor amiga deu em cima
dele! — a ouvi sugar o canudo. — Pôxa, esse sábado tá “dúbom”.
O que eu fiz? Grunhi de raiva no
travesseiro.
(...)
Descansei por dez minutos e depois me
vesti às pressas. Tive que arrastar Alice pelo corredor e a impedi
de rolar escadaria abaixo. Mas o que eu não esperava, era encontrar
os pais do meu namorado completamente entediados na sala.
— Chegaram? — sorri nervosa. —
Olá, Dr.Cullen — engoli em seco, sem saber como agir.
— Olá, Bella — ele respondeu
levantando-se do sofá.
— Pessoal, que caras são essas?
Estamos numa festa! — Lice me obrigou a segurar o copo do
liquidificador. — Tô tão feliz com vocês aqui — rindo, correu
para abraçar as visitas e a primeira vítima foi o doutor. —
Obrigada por vir. Mas Doc, bora se animar, né?! — agarrou as mãos
dele e chacoalhando-as cantarolou: — La
mano arriba, cintura sola. Da media vuelta, danza kuduro... Oi oi oi,
oi oi oi...
Eu, que acreditava já ter passado por
tudo nessa vida, quase pari de vergonha. Se é que isso é possível.
Por um momento, congelei com os olhos arregalados e só descongelei
quando Lice quis obrigar o doutor a cantar também.
— Canta, Doc! Canta!
— Mas não sei a letra — respondeu
totalmente deslocado.
Quase enfartando, me apressei para
separá-los e desastrosamente procurei contornar a situação.
— Olha só que coisa — soltei uma
risadinha falsa. — Minha amiga hoje está meio... meio... coisada.
— Você quer dizer alterada? —
indagou Sarah.
— Eu já volto — pisquei o olho e
saí empurrando a bêbada para a cozinha, sem desmanchar o sorriso
mecânico.
Chegando lá, puxei bruscamente uma
cadeira e forcei a filha da mãe a sentar.
— O que deu em você? — enraivecida,
coloquei a margarita na mesa. — Não se canta Kuduro pras pessoas!
Faz isso outra vez e eu juro que te chuto até você virar do avesso!
— Blá, blá, blá... — ela
gargalhou batendo a mão na coxa.
— Tudo bem, Bella — dei dois passos
atrás, pedindo para mim mesma. — Inspira e expira. Inspira e
expira.
E foi nesse exato momento que Emmett
retornou, carregando uma bandeja na qual tinha um único drink azul.
— Perfeito! — o alcancei,
arquitetando um plano. — Me dá isso aqui — roubei a bandeja. —
Volta para o bar e prepara mais.
— Não! Devolve, Bella — tentou
pegar o drink e girei o corpo, escapando.
— Droga, faz o que eu mandei! —
rosnei.
— Mas esse é do T-zed — ele
vociferou enquanto eu deixava a cozinha.
Caminhei cuidadosamente em direção ao
ex-casal. O meu intuito era deixá-los descontraídos através do
álcool. Talvez assim não se importassem tanto com as minhas
sucessivas mancadas.
— Imagino que estejam com sede —
lancei o meu melhor sorriso. — Sarah? — educadamente ofereci a
bebida.
— Hãã... Preferia uma cerveja. Tem?
— Claro — fiquei admirada com a sua
simplicidade. Não era a primeira vez que a atriz me surpreendia. —
Aceita, doutor? — inclinei-me com a bandeja, na esperança de
agradar.
— O que é? — ele olhou para o
drink.
— Érr... — na verdade, eu não
fazia ideia, porém presumi pela taça em que a bebida estava
servida. — Blue Martini.
Por um segundo o cientista hesitou, mas
acabou pegando o drink.
— Por que não? — ele sorriu e tomou
um gole. — Só um não vai fazer mal.
Satisfeita, retribuí o sorriso e
troquei um sutil olhar com Sarah. Pelo que entendi, ela também
ficara surpresa com a atitude do ex, o qual era sempre sério e
centrado demais.
— Vou buscar a cerveja — informei,
vibrando por ter conseguido fazer uma “média” com o doutor.
Infelizmente, bastou eu voltar à
cozinha para desanimar. É que me deparei com Emmett de braços
cruzados, me encarando como se eu tivesse esbofeteado a mãe de
alguém. Quanto a Lice, ria descontroladamente e Toby mexia em um
Iphone.
— O que aconteceu? — estranhei. —
Ninguém vai trabalhar?
— Bella, sua Pumba, sua Hakuna Matata,
nem rezadeira dá jeito em você! — reclamou o rabugento Emm.
— Não precisa ofender — coloquei a
bandeja na pia.
— Eu ia servir o presente do T-zed só
no final da festa. Por acaso sabe como foi difícil arranjar a
paradinha sem receita médica? — se aproximou para me afrontar.
— Do que está falando, seu exagerado?
— novamente perdi a paciência.
— Não sei como contar, então vai de
qualquer jeito — Emmett revirou os olhos. — Amassei três Viagras
e coloquei na bebida.
No primeiro momento não reagi, apenas
fiquei assistindo Alice gargalhar até cair da cadeira levando sua
margarita junto. Só quando notei que Emm não estava brincando, foi
que o meu cérebro realmente processou a informação. Tudo aconteceu
em um estalar de dedos. Faltou-me ar, chão, voz, equilíbrio... E
ali mesmo, no meio da cozinha, tive um colapso nervoso. O acúmulo de
preocupações me fez perder as forças e só não desabei inteira
porque Emmett se adiantou e me segurou.
— Bella, qual o seu nome completo?
Quero postar essa putaria no meu Facebook — o Pancinha começou a
digitar rápido no Iphone.
— Droga, Toby! Corre lá na sala vê
se tomaram o bagulho todo — Emmett ordenou, tentando sem sucesso me
colocar de pé. Fiquei parecendo uma boneca de pano.
— Vai uma água com açúcar aí? —
Alice perguntou completamente ensopada.
Com a ajuda do imbecil, recuperei um
pouco do equilíbrio e me apoiei na pia, mas meu estômago ainda
embrulhava horrores. Foi então que, mais cedo do que gostaríamos,
Toby retornou e mesmo cansado pela corridinha, desatou a falar:
— Olha só, o côroa aloprou legal —
exibiu a taça vazia. — Véio, é por isso que gosto de vir pra cá.
Sempre tem um “Zé Rodela” que faz a pior merda desse mundo!
Agora o pai do aniversariante vai querer traçar geral! — pulou,
empolgado com a bagunça. — Esse é o melhor aniversário de todos
os tempos!
Perceber um fundinho de verdade na
declaração do maldito garoto me deixou tão deprimida e frustrada
que o choro ficou preso na garganta. Àquela altura, queria arrancar
os cabelos.
— Pelo amor de Deus! — agoniada,
bati as mãos na mesa. — Alguém pesquisa lá no Google. Deve ter
um jeito legal de uma garota contar para o namorado que deu Viagra
para o pai dele — quase enfiei a cara na madeira.
— Vou te bater a real, magrela —
Toby chegou junto. — Se existisse uma revista só com as pessoas
mais burras do mundo, você estaria na capa.
— Eu não aguento — Alice segurou a
barriga e continuou rindo. — Só tenho uma palavra para descrever
esse dia: fenomenal!
(...)
Meus amigos e eu montamos guarda em
frente ao banheiro social para o caso do doutor precisar de ajuda.
Ele estava trancado lá já fazia uns 30 minutos e temíamos o pior.
O que pode ser pior do que ficar de “barraca armada” no
aniversário do único filho? Enfartar! Não é brincadeira não, a
dose foi pra arregaçar.
— Será que devo bater na porta e
perguntar se está tudo bem? — cochichei roendo todo o esmalte das
unhas.
— Jasper não acha boa ideia — meu
irmão respondeu.
— Ei, você não tinha parado com essa
esquisitice de falar na terceira pessoa? — Lice o cutucou.
— Jasper ainda desliza quando tá
nervoso — bufou se encostando na parede.
— Bella, tem certeza que o SMS foi
enviado? — Emmett sussurrou.
— Tenho — ansiosa, esfreguei o
rosto.
Como a situação fugiu do controle,
tive que enviar uma mensagem para Edward contando sobre o jantar e o
infeliz incidente, porém não tive coragem de explicar como
acontecera. Tudo o que o selvagem sabia era que o seu pai estava com
um “probleminha”.
— Será que o T-zed vai mandar todo
mundo “pra terra cuidar”, ou só você, Bella? Por que não
estava nos planos de Jasper morrer hoje.
— Ôh, paciência... — respirei
fundo. — Chega de falar besteira. Vou lá fora ver se ele já
chegou.
— Vou ralar peito daqui também porque
tenho que entregar o bolo da hóspede. A festa dela já começou e
está bombando. Quem sabe o Jasper descola uma dama de honra
embriagada — meu irmão foi o primeiro a se mandar.
— Emmett, fica aí de prontidão —
puxei Alice que não queria desgrudar do namorado. — Se acontecer
algo, você... você...
— Você faz o de sempre? — completou
sarcástico. — Grita no habitual tom desesperado de quem entrou
para o grupo errado que não consegue organizar uma festinha sem
encher de álcool a própria caveira, queimar a comida e excitar o
pai alheio?
— É! — respondi rápido e saí
rebocando Alice.
Para chegar ao jardim precisava passar
pela sala, onde Sarah esperava impaciente. Pedi a Toby para
entretê-la com suas piadinhas, mas não sabia até quando
conseguiria sustentar a situação. Enquanto tentávamos atravessar o
cômodo de cabeça baixa, Sarah se levantou do sofá e nos chamou,
impedindo a fuga.
— Meninas, o Carlisle está bem?
— É possível — ergui a cabeça com
um sorriso forçado. — Acho melhor deixarmos o doutor... à
vontade.
— Eu sugiro que dê algum remédio a
ele — Bruce, assim como Sarah, deduziu que o cientista estava com
problemas intestinais.
— Sei não, mas sei lá... Belinha já
ajudou muito o sogrão. Ninguém sabe o que pode acontecer se ela
ajudar ainda mais.
Antes que me fizessem traduzir a
declaração da maluca, meu pai saiu do escritório, deixando-me
completamente surpresa.
— Pai, cadê a encomenda?
Despreocupado, sentou em uma poltrona e
só então respondeu:
— Calma, faz alguns minutos que deixei
na cozinha.
— Obrigada, pai — respirei aliviada.
— Desculpa — fitei Sarah. — Vou ter que me ausentar um
minutinho.
Contente por ter menos uma coisa com que
me preocupar, entrei na cozinha com Lice, onde esperávamos encontrar
um lindo e caro bolo.
— Ué, cadê o troço? — ela
perguntou olhando para mesa onde só estava a carne na assadeira.
Olhei à nossa volta e, realmente, nada
de bolo.
— Meu pai deve ter colocado na
geladeira — comentei, indo abri-la. — Bingo! — me empolguei ao
ver a enorme embalagem de papelão da confeitaria.
Com extremo cuidado, peguei a caixa e
coloquei-a sobre a mesa.
— Prontinho, agora as coisas vão
melhorar — falei com um tico de esperança.
— Se você diz... — Alice respondeu
antes de enfiar a cabeça dentro do refrigerador.
— Fala sério, essa alma quer reza —
contrariada, resmunguei pro nada. Depois, ralhei. — Lice, sai daí!
— Concorde, arrepiei! — ela apareceu
com uma garrafa de espumante. — Vamos brindar, desenrolada!
— E você ainda tem fígado?
— Te mete, linda — e jogou o cabelo.
— Bora chapar o coco que o espumante é da festa da hóspede —
começou a forçar a rolha.
— Não tenho tempo pra isso.
Na dúvida se levava o bolo para o
jardim onde as mesas estavam postas, decidi logo retirá-lo da caixa
e comecei me livrando da tampa. Acontece que eu não estava nada
preparada para o que encontrei.
— Uiii, que veia peculiar é essa
pulsando no seu pescoço? — Alice percebeu que eu não estava legal
e se aproximou para espiar o bolo. — Mas que esculhambação é
essa? — voltou a gargalhar.
— Que esculhambação é essa?! —
enfurecida, lhe agarrei pela gola do uniforme. — É um pênis
gigante, Alice! É isso que é! — sacodi a sujeita com força por
não conseguir mais me refrear. — O que eu vou fazer com essa
obscenidade? — choraminguei, largando-a.
— Espera. Caraca! Não é só um bolo
em formato de pênis, é um bolo-pênis de chocolate. É um pinto
preto! — a imbecil rinchou de tanto rir.
Só existia uma explicação plausível
para a calamidade. Meu maldito, estabanado, imprudente, babaca,
lerdaço, vagabundo e irritante irmão havia trocado as caixas. Então
se o bolo da despedida de solteira estava comigo, o de Edward só
podia estar no salão de festas rodeado por garotas bêbadas.
Com as mãos tremendo, peguei o celular
e telefonei para Jazz, que só atendeu no último toque.
— Já sei, já sei, já sei!
— ele berrou chateado. — Percebi
a burrada. Não precisa me engolir vivo. Estou levando a porcaria do
bolo de volta, mas tiraram uma fatia.
— Eu não quero nem saber! Traga
agora! — vociferei.
Depois que desliguei, comecei a andar em
volta da mesa procurando desesperadamente me acalmar. Mesmo tendo
desistido da surpresa, não podia perder o bolo que Sarah encomendou
com tanto carinho. Só de imaginar tal coisa acontecendo, ficava
aflita a ponto de transpirar loucamente.
— Fica de boa. O importante é a
intenção — Alice soltou a frasezinha mixuruca, ainda lutando
contra a rolha do espumante.
A todo instante, me perguntava onde
estava Edward e, principalmente, se ficaria louco pelo que fiz com o
seu pobre pai.
— Vai, droga! Vai! — Lice,
alvoroçada, chacoalhava a garrafa.
Existem momentos na vida de uma garota
que tudo parece ficar em câmera lenta. E eu estava no meio de um
desses momentos. Quando cansei de perambular, meu irmão surgiu na
entrada da cozinha e meu coração se encheu de esperança. No
entanto, no mesmo milésimo de segundo, ele ouviu o repentino
estampido da rolha saltando da garrafa e, ao se assustar,
embananou-se e derrubou o importantíssimo bolo no chão.
— NÃÃÃÃOOOO! — gritei,
ajoelhando-me junto aos destroços.
Por ser incapaz de aceitar o desastre,
enfiei as mãos no bolo esbagaçado, tentando inutilmente remontá-lo.
Desolada e suja de cobertura, não desisti até ouvir os murmúrios
das pessoas à minha frente. Não só Sarah, como também Bruce, Toby
e meu pai lamentavam o acidente.
— Me desculpe — balbuciei para
Sarah.
Visivelmente desapontada, a atriz
balançou a cabeça antes de criticar:
— Você só tinha que buscar o bolo e
guardá-lo, Bella. Era uma tarefa tão simples. Como pode ser tão
desastrada?
Alice e Jasper não se delataram ou me
defenderam, e mesmo que fizessem isso não me sentiria melhor, pois a
responsabilidade era toda minha. Quem se dispôs a organizar tudo fui
eu.
— Sinto muito — Sarah falou para os
demais. — Preciso ir.
— Por favor, não vai — implorei
angustiada.
— Depois telefono para o Edward —
com um rápido aceno de mão, ela se despediu e nos deixou.
— Nós também já vamos — Bruce
chamou a atenção do filho.
— Não, não — levantei rápido,
limpando os dedos no vestido. — Ainda vai ter festa, eu só
preciso... — ofeguei, sem saber como continuar.
— Bella, não tem mais clima. Deixemos
para depois — meu pai interveio.
— Boa noite a todos — Bruce saiu
arrastando Toby.
— Foi mal, mana — disse Jazz quando
passou por mim. — Vou ver como está o doutor.
Depois que meu pai também saiu de
fininho, Alice pegou a carne enlatada e colocou com assadeira e tudo
dentro de um saco de lixo.
— Tenho que jogar essa porcaria lá
fora e quando voltar, limpo a sujeira. Vá trocar de roupa, está com
cobertura de baunilha até nos cabelos.
Demorei mais de dois minutos para
conseguir dar um passo, porém os seguintes foram automáticos e
quando dei por mim, já estava em frente ao meu quarto. Não queria
me sentir culpada, estúpida e fracassada, mas naquele momento era
exatamente assim que me enxergava. Como não queria que Edward
enxergasse o mesmo, decidi que o evitaria. Ele teria que passar o
aniversário sozinho, porque eu estava completamente esgotada.
Entrei no quarto escuro e fui direto
para a cômoda, onde liguei o abajur e abri a gaveta de toalhas. Logo
que olhei para o espelho acima do móvel assustei-me com a figura
refletida lá. E não. Não era eu toda suja de bolo, mas sim Edward
deitado na minha cama. Imediatamente me virei, interrogando:
— O que faz aqui?
— Também estou feliz em te ver, Bella
— ele sorriu, todo gato em um terno cinza grafite.
— Espera. Desligou o celular para não
receber mensagens da Alice? Foi isso? Não sabe sobre o aniversário?
E como entrou aqui? — confusa, o enchi de perguntas.
— Hãã... Entrei pela janela —
levantou-se. — O que mais queria saber? — franziu o cenho,
intrigado com o meu nervosismo. — Você está bem?
Sentindo-me “colocada contra a
parede”, parei para considerar as opções:
a)Mentir
b)Desconversar e entretê-lo com sexo
c)Pôr toda a culpa em Alice
Pensar no quanto seria bom juntar todas
as opções me distraiu um pouco.
— Bella? — pressionou.
— Oi? — voltei à realidade.
— Qual o problema?
— Tá bom! Tá bom! — literalmente
joguei a toalha e tomei fôlego antes de desembuchar. — Deixei
queimar o pernil do seu aniversário, tudo que tem pra comer é um
pinto preto, sua mãe agora me odeia e seu pai está preso no
banheiro com overdose de Viagra. Gostou? Tem minha permissão para
terminar comigo — dei um tapa em seu braço. — Foi bom enquanto
durou.
Edward abriu a boca para replicar, mas
acabou optando pelo silêncio, o que foi bem pior. Então ficou me
observando e, envergonhada, cobri o rosto com as mãos para não
sofrer com a provável censura em seu olhar.
— Vamos ver o quão ruim está a
situação — ele pegou a minha mão e me forçou a segui-lo porta à
fora.
— Não vamos mexer no que está quieto
— tentei resistir, só que de nada adiantou.
Atravessei o corredor de cabeça baixa,
totalmente acuada. Queria fazer ou falar algo que amenizasse minha
condição perante o selvagem, só que eu tinha ultrapassado todos os
limites. Sabia que ele não me perdoaria facilmente, pois uma coisa
era enlouquecê-lo, e outra completamente diferente era enlouquecer
seus pais. Mas justo quando pensei que tudo estava perdido, ao
pararmos no topo da escadaria, ouvi um sonoro e coletivo:
— SURPRESA!
— Aaaahhh! — gritei e me escondi
atrás de Edward, com o meu coração à mil.
Precisei de coragem para esticar o
pescoço e perceber que todos estavam na sala, com carinhas
estranhamente felizes. Inclusive o doutor, Sarah e Bruce.
— Vai, é pra você — aturdida,
cutuquei Ed.
— Não, é pra você — afirmou
rindo.
— Como é? — arqueei a sobrancelha.
— Bella, já faz semanas que
desconfiei que você pretendia preparar uma surpresa. Estava
estampado no seu rosto. Então para não decepcioná-la com a minha
reação e falta de entusiasmo, decidi que a surpresa seria com você.
Alice sugeriu uma brincadeira e eu gostei da ideia.
— Como presente de aniversário, T-zed
pediu pra todo mundo colaborar com a pegadinha — ela explicou,
comemorando aos pulos.
— Isso é sério? — boquiaberta, o
empurrei para o lodo e desci as escadas rapidamente. — Vocês
sabotaram o jantar de propósito? Não foi a minha falta de sorte? —
corri os olhos por todos os rostos e estagnei no que mais me
preocupava. — Dr.Cullen, o senhor está bem? — verifiquei
receosa.
— Estou, Bella — ele abriu um
sorriso. — Não mereço crédito nenhum pela brincadeira. Só tive
que ficar alguns minutos no banheiro. Espero que leve tudo na
esportiva.
— É isso aí, porque mereço a maior
parte do crédito. Como disse o Ed, euzinha que bolei e coordenei
tudo — Lice escancarou os braços esperando um abraço e tudo que
recebeu de mim foi um olhar ameaçador.
— Não acredito que foi tudo armação
— murmurei.
— Nem tudo — Emmett piscou o olho e
eu soube que se referia ao seu momento com Lice na cozinha.
— E o que não foi armação? —
fiquei curiosa.
— A festa da hóspede — Jasper
respondeu.
— E Emmett me batendo — o selvagem
se posicionou ao meu lado. — Não conseguiria viver em um mundo
onde isso é possível — brincou.
— Pai? O senhor também ajudou? — eu
quis saber.
— Só um pouquinho — ele riu.
— E o bolo? — meio sem jeito, fitei
Sarah.
— Ah, me desculpe pelo que falei na
cozinha. Alguém precisava dramatizar — divertida, pegou minha mão
para me confortar.
— Uau... — balbuciei, com
dificuldade para digerir.
— Como se sente, Bella? Gostou da
surpresa? — Bruce perguntou.
— Para falar a verdade, não sei.
Juro. Não sei se fico aliviada ou se odeio vocês pra sempre —
fechei a cara, provocando muitas risadas.
Enquanto a galera se dispersava pela
sala, comentando as barbaridades que fizeram comigo, Edward colocou
um braço em volta da minha cintura e sussurrou:
— Não fica triste. Não imagina o
quanto já ri hoje. Gargalhar foi melhor do que ter que fingir
surpresa no jantar que você queria oferecer.
— Jura? — o encarei.
— Acredite, esse está sendo o melhor
aniversário da minha vida e proporcionou isso apenas — beijou o
topo na minha cabeça — sendo você mesma.
— Quer dizer que os meus gritos de
pânico te divertiram?
— Eu seria um péssimo namorado se
respondesse que sim? — sua expressão foi de dúvida.
Não consegui mais ficar brava e baixei
à guarda, abrindo o sorriso que ele tanto esperava.
— Não quero ser inconveniente, mas o
tempo está correndo e temos reserva —Sarah nos comunicou.
— Reserva? — fiquei sem entender.
— Um amigo meu tem um ótimo
restaurante e combinamos que comemoraríamos o aniversário lá —
ela educadamente esclareceu.
— Não faz pergunta besta, Bella.
Vamos logo trocar de roupa que está todo mundo com fome — Alice me
empurrou escadaria acima.
E foi assim que o aniversário de Edward
ficou marcado como o dia da pegadinha. Depois que tomei banho e
troquei de vestido tudo começou a fazer sentido. Lice me convencendo
a sair de casa e esgotando a minha paciência; o selvagem passando de
carro sem nos flagrar; Jasper mexendo no forno e trocando os bolos; o
doutor milagrosamente aceitando o drink; Toby grudado no Iphone,
relatando o meu sufoco, e muitas outras coisas. Mas o melhor mesmo
foi não ter feito o doutor ingerir Viagra, pois do contrário, nossa
relação sogro e nora nunca mais seria a mesma.
No restaurante fiquei sabendo que Edward
permaneceu quase o tempo inteiro na mansão, sempre ciente de cada
passo e chilique meu. Por alguma razão, ele adorou “brincar com a
minha sorte”. Foi sacanagem do pessoal, só que toda a armação os
uniu o suficiente para que o restante da noite fosse só risadas,
conversa fiada e diversão. Até mesmo o doutor ficou completamente à
vontade.
Foi uma pena ter passado semanas
planejando o elegante jantar surpresa, mas me serviu de lição. O
aniversariante não queria presentes, bolo chique e uma linda
decoração. De fato, nada disso tinha a cara do selvagem, porque
para ele bastava uma comidinha simples, a família, amigos e eu.
...
Fiquei imersa nas lembranças por um bom
tempo e só despertei quando Edward surgiu na cozinha, já banhado e
faminto. Satisfeita, servi o café da manhã, mas ele pouco falou.
Imaginei que estivesse sentindo falta de Indah, a qual permaneceu em
sua casa aos cuidados de Emmett, como sempre. Bem, ao menos eu torcia
para que fosse isso.
— Não se preocupe — falei disposta a
confortá-lo. — Emm não quer morrer. Ele vai seguir à risca as
instruções que deixou. Além do mais, nossos pais estão de olho
nos dois.
— Eu sei — respondeu remexendo a
comida, um tanto distante.
(...)
Assim que terminamos de comer, desfizemos
as malas e nos preparamos para “cair” na trilha rumo à
cachoeira. A mesma que meus amigos conheceram em nossa última e
breve passagem pela ilha.
Para ser honesta, eu saí super animada da
casa, queria me aventurar na selva. Só que depois de quase uma hora
de caminhada, comecei a sentir o efeito do meu despreparo físico.
Não conseguia acompanhar o ritmo de Edward, ainda mais tendo que
serpentear por entre a vegetação e transpor rochas escorregadias
pelo musgo. O calor e a umidade me deixavam louca. Eu mal tinha
energia para seguir em frente.
— Pausa — ofegante, apoiei as mãos nos
joelhos.
— Já cansou? — ele debochou, ajustando
as alças de sua mochila de camping.
— Só me diz uma coisa — enxuguei o
suor da testa. — Como a fresca da Alice e o molenga do Jasper
conseguiram chegar a essa cachoeira?
— Eles foram de jipe por outra trilha.
Perplexa, coloquei as mãos na cintura com
vontade de esganá-lo.
— Como me diz isso só agora? Por que a
gente não veio de jipe?
— É que a caminhada faz parte da
diversão — sorriu como se fosse óbvio.
— Diversão? É alguma piada?! — me
chateei.
— Calma. Falta pouco. Se quiser eu te
carrego — tentou me agarrar, mas escapei.
— Não, não. Eu tenho o meu orgulho —
ergui a cabeça e enchi os pulmões. — Avante, companheiro! —
marchei sem saber a direção, com Edward no meu encalço rindo
baixo.
Continuei firme e forte por cerca de três
minutos, então o meu namorado me deteve, bloqueando o caminho com um
braço.
— Para onde está indo? — ele franziu a
testa, incapaz de disfarçar o quanto se divertia às minhas custas.
— Você sabe — repliquei carrancuda.
— Se estiver indo para a cachoeira, é
por ali — indicou a direção contrária.
— Obrigada. Da próxima vez uso um GPS —
mesmo seguindo a instrução, mantive a pose.
Caminhamos por mais vinte minutos e minhas
pernas voltaram a pedir misericórdia.
— Fala a verdade — sacudi a mão
tentando assassinar um inseto que me perseguia. — Estamos perdidos
como no filme A Bruxa de Blair, não é?
— A bruxa de quem...? — estreitou os
olhos, confuso.
— Esquece.
— Bella, não aprendeu nada com o
Instinto Radical?
— Até parece — murmurei pelo canto da
boca. — Mesmo quando está sentado bem do meu lado, fico me
descabelando achando que vai morrer numa das maluquices que faz.
— Isso é verdade — admitiu por já ter
me visto gritar com o televisor.
— Diz aí, por que está de camiseta
preta nesse calor? — dei uma puxada na manga.
— Não queria distraí-la. A cachoeira
está logo adiante — desconversou. — Depois daqueles arbustos.
— Acho bom ela valer a pena — apressei
o passo e Edward foi ficando para trás.
Instigada pelo ressonante crepitar da água,
usei o que restou das minhas energias para percorrer os últimos
vinte metros. Resvalei por entre a folhagem até, finalmente, ficar
diante da cachoeira. Cercada de paredões rochosos, ela possuía uns
70 metros de queda d’água, formando abaixo uma piscina natural
verde esmeralda. O lugar, que tinha uma incrível diversidade de
plantas e flores, era aproximadamente do tamanho de um campo de
futebol e, ainda assim, parecia um pequeno diamante incrustado no
meio da selva.
Boquiaberta, instintivamente dei três
passos à frente, pisando cuidadosamente no terreno inteiramente
coberto por folhas secas. Quando Edward parou do meu lado, quis
manifestar entusiasmo, mas não consegui por estar hipnotizada pelas
águas que fluíam em forma de uma imensa cortina translúcida pelo
canyon.
— Decepcionada? — ele questionou,
colocando a mochila sobre uma rocha.
— Esse lugar — mal conseguia me
expressar. — É o fim de mundo mais lindo que eu já vi.
Empolgadíssima, rapidamente me livrei dos
tênis, da roupa suada e fiquei só de lingerie. Feito uma louca,
disparei na direção da cachoeira, sem nem perguntar se era seguro.
Contudo, ao sentir a gélida água nas minhas panturrilhas, hesitei.
— É tão frio! — gritei aos risos.
— Você se acostuma.
Enquanto Edward me observava da margem, fui
imergindo aos poucos. Como ele garantiu, o meu corpo logo se habituou
à temperatura e lancei-me para o centro da lagoa, desfrutando da
água e de todo o ambiente que a cercava.
— Não fica aí parado! — berrei,
chamando-o com as mãos.
— Vou deixar para depois — com um
sorriso fraco recusou o convite.
Frustrada, bati as palmas na água e, em
seguida, voltei a mergulhar. O humor de Edward me torturava e parte
de mim não queria lidar com isso, só que a pergunta insistia em
ecoar na minha mente: o que o afetara tanto na Finlândia?
De costas para ele, permaneci perto da
cachoeira por tempo o suficiente para me convencer de que nada
daquilo combinava conosco. Talvez Edward precisasse naquele momento
de uma amiga, e não de uma namorada. Embora eu tentasse ser em tempo
integral as duas, às vezes, o relacionamento exige que sejamos
apenas uma. Centrada nisso, virei-me para encará-lo, mas ele já não
estava na margem. Na verdade, não estava em lugar algum. Em um
ímpeto, nadei até conseguir sair da água. Depois, rapidamente
retirei da mochila de camping o blusão verde que usei mais cedo e me
cobri.
Eu estava intrigada, atordoada e ansiosa.
Não era do feitio do selvagem me abandonar sem justificativa.
— Edward? — chamei em um tom brando,
vasculhando o local com os olhos. — Edward, cadê você? — dessa
vez forcei bem a garganta. — Isso não tem graça! — girei o
corpo, buscando-o.
— Aqui em cima.
Automaticamente olhei na direção da voz e
o avistei no topo de uma árvore, há alguns metros da margem direita
da lagoa. Um pouco aliviada, contornei a água, posicionando-me em
baixo do galho em que ele estava assentado.
— Qual o problema? — continuei olhando
para cima sem conseguir disfarçar a minha frustração. — Por que
não conversa comigo? Passamos praticamente um mês sem nos falarmos.
Edward, seja lá o que for, pode se abrir comigo. Ainda sou sua
amiga, lembra?
Não foi nada agradável ser golpeada pelo
silêncio do homem que nem mesmo foi capaz de sustentar o meu olhar,
preferindo estalar os dedos das mãos. Magoada, baixei a cabeça e
esfreguei a testa, ficando cada vez mais angustiada. Obviamente, a
minha imaginação começou a trabalhar. Porque eu, melhor do que
ninguém, sabia o quanto os eventos de poucas semanas podiam
influenciar os pensamentos e decisões de uma pessoa.
— É grave, não é? — presumi. — Nem
sei o que pensar... — titubeei antes de também aderir ao perigoso
silêncio, mas ele durou pouco. — Por favor, me corrija se eu
estiver errada, porque preciso fazer essa conversa avançar — tomei
fôlego antes de perguntar. — Agora que está aqui não tem mais
vontade de voltar para Orlando? É isso? — aguardei em vão, pois
não obtive resposta. — Conheceu alguém na viagem que te fez
sentir que pertence a outro lugar?
Assim que me calei, Edward saltou do galho,
caindo agachado há poucos palmos de mim. O único movimento que fez
depois foi o de erguer a cabeça, fixando os olhos nos meus. Olhos
que tentavam transmitir muito, mas nada eu conseguia decifrar.
Sem deixar de me fitar, ele vagarosamente
se levantou e ficou cara a cara comigo. Desejei tocar o seu rosto
parcialmente coberto pelos cabelos, mas não ousei romper os
centímetros que nos separavam. E não pretendia fazer isso até
entendê-lo.
Esperei por uma explicação, um sinal, uma
pista, no entanto, somente depois de estudar bem o meu semblante
amargurado, foi que o selvagem enfim se manifestou.
— Eu não pertenço a um lugar — com os
dedos, suavemente desfez a ruga de preocupação da minha testa. —
Pertenço a você.
Involuntariamente segurei a respiração,
afetada de muitas maneiras pela confidência. Embora Edward e eu
fôssemos perdidamente apaixonados um pelo outro, não costumávamos
verbalizar o que sentíamos. Somos o tipo de casal que prefere gestos
ao invés de palavras. Ele nunca nem mesmo chegou a usar o já gasto
e manipulável “eu te amo”. Assim como eu também nunca
necessitei ouvir para saber. Pelo menos não até aquele momento. Não
até a confissão revirar tudo quanto é sentimento dentro de mim.
— Então... — forcei um meio sorriso. —
O que há de errado?
— Tomei uma decisão na Finlândia. Só
não sei se está pronta para ouvi-la, ou... aceitá-la.
— Me conta. Por favor.
Aparentando nervosismo, ele sacudiu a
cabeça para afastar o cabelo dos olhos e se concentrou ainda mais em
mim. Puxando um pouco a gola da camiseta, revelou um cordão de couro
rudimentar. Sem entender absolutamente nada, estiquei a mão e toquei
o fio. Não satisfeita, delicadamente fui puxando-o para fora da
camiseta até que o penduricalho que estava preso nele caísse
reluzente sobre o tecido preto. Como quem leva um choque, me afastei
abruptamente, revezando olhares entre o rosto de Edward e o
impressionante diamante suspenso em seu peito. No formato retangular
— corte geralmente usado em esmeraldas —, a pedra estava
cravejada em uma linda e delicada aliança de ouro branco.
— O que está fazendo? — a pergunta me
escapuliu.
— A coisa certa? — respondeu esperando
aprovação.
Examinei bem o seu rosto confuso e acabei
soltando uma risadinha sem humor.
— Desculpa, Edward — enfiei as mãos
nos bolsos do blusão. — Você nem sabe onde está tentando se
meter — baixei a vista.
— Como assim? — inclinou a cabeça para
que eu não fugisse de seu olhar.
— Sou sua melhor amiga, certo? E como tal
não posso deixar de te mostrar a verdade.
— Que verdade?
— Escuta, não é porque eu não te
mereça, ou porque não tenha certeza de que sente o mesmo que eu
sinto. Só é... — pressionei os lábios procurando a definição
correta. — Desnecessário. Você passou um mês longe, a saudade
colaborou. É normal. Estamos namorando faz um tempo e como é um bom
sujeito, pensou que era hora de levar nossa relação adiante.
Compreendo. Mas — franzi o cenho — já é um milagre estarmos
juntos. Nossas vidas tendem a nos impulsionar em direções
contrárias. Não vamos abusar da sorte.
Pensativo, Edward virou o rosto. Não
queria magoá-lo e parte de mim ficou eufórica quando viu o anel,
porém, a parte menos egoísta, vetou a atitude precipitada.
— Tudo bem — ele disse retirando o
cordão do pescoço. — Se é assim, só me garanta que não está
simplesmente com medo.
— O quê? — achei a suposição
ridícula e sorri. — Como pode pensar isso depois de tudo que
vivemos?
Edward voltou a me encarar, dessa vez com
uma intensidade e convicção que fez o meu sorriso esmorecer e
sumir. Nem mesmo consegui piscar os olhos.
— Porque eu conheço você — afirmou
calmamente. — Reconheço o medo na sua voz, na sua respiração —
lentamente me rodeou, se posicionando atrás de mim. — Mas não é
culpa sua. Eu também sinto — sussurrou próximo à minha orelha. —
Medo de estragar o que já é perfeito tentando melhorá-lo. A
complexidade, o risco, o desafio... O frio na barriga — afundou o
rosto em meus cabelos, aspirando profundamente.
— É loucura — balbuciei.
— Eu sei — levou o nariz ao meu ombro,
mas sem o encostar. Somente absorvendo meu cheiro. — Por isso é
tão tentador.
Cedo demais ele se afastou, voltando a
ficar frente a frente comigo.
— Edward, eu...
— Façamos o seguinte — interrompeu-me
com um tom naturalmente sensual e despreocupado. — Quando se
convencer de que já aceitou a aliança desde o dia em que saltou do
penhasco por mim, ainda que isso só aconteça daqui a um mês, um
ano, ou até mesmo dez, voltamos aqui e a recuperamos — desprendeu
o anel do cordão.
Edward tinha razão. Estava amedrontada,
ainda mais por não termos exemplos de casamentos bem sucedidos, já
que tanto os meus pais como os dele eram divorciados. Mas também
estava certo quando afirmou que eu já havia dito “sim”. E disse
tantas vezes, de tantas maneiras, que nem se quisesse conseguiria
negar. Contudo, preferia entregar-me a “maré” e não me engajar
em planos. Tudo o que fizemos até agora foi viver de momentos. Num
dia Edward estava nos meus braços, e no seguinte, em algum outro
lugar do planeta.
— Só por curiosidade, onde vai
guardá-la? — admirei a joia.
Sem responder, Edward se distanciou dois
passos. Com a mão direita, jogou o anel para o alto, pegando-o logo
em seguida. Depois, com toda a sua força, o lançou em direção a
parte mais funda da lagoa. Boquiaberta, vi o diamante ir embora tão
rápido que nem pude protestar. O absurdo selvagem em apenas um
segundo se desfez de milhares de dólares. Isso não é o tipo de
insanidade que uma garota como eu está acostumada a presenciar.
— Não acredito — resmunguei
entorpecida. — Nunca mais veremos aquela aliança.
— Talvez — ele só deu de ombros.
Tinha como Edward me deixar mais perdida?
Numa hora ficou caladão, na outra quis se casar e, por último,
jogou o anel fora como se não fosse nada.
— Está pensando demais — sussurrou,
outra vez rodeando-me. — Por acaso não consegue ouvir isso?
— Ouvir o quê? — baixei a cabeça,
balançando-a. — Estamos sozinhos.
— Exatamente — respondeu com ar
vitorioso.
Demorei alguns segundos para realmente
me conscientizar da situação. Sim, estávamos nas entranhas do
Pacífico, longe dos rotineiros problemas, das interferências de
nossos amigos e de tudo que nos manteve longe por semanas. Não havia
nada em milhas que impedisse Edward de afastar o meu cabelo e roçar
o nariz na minha nuca. Assim como também não havia nada que
desacelerasse minha pulsação.
Virei-me e o selvagem afagou a minha
bochecha. Automaticamente, inclinei o rosto, buscando mais de seu
toque. Atendendo ao apelo, ele começou a roçar o polegar nos meus
lábios, instigando-me mais do que eu previa. Devido a isso,
suavemente depositei um beijo em seu dedo, provocando-lhe um
delongado suspiro. Quase que imediatamente a sutil fagulha acendeu
uma parte de Edward que somente eu conhecia. Um homem irrefreável
que segurou meu rosto e pressionou a boca na minha. O beijo quente,
úmido e ansioso definiu um novo ritmo as minhas batidas cardíacas,
tornando impossível qualquer ação que não fosse a de saborear
cada pedacinho de sua boca.
Embora existam diversos tipos de beijos,
com as suas várias intensidades, não há nada como o beijo com
saudade. Ele começa antes dos apaixonados se encontrarem e só
termina depois que se restabelece o fôlego. Devorando-me com um
alentado beijo repleto de saudade, Edward começou a deslizar as mãos
por minhas curvas, mas o que fez em seguida, literalmente,
deixou minhas pernas bambas. Sem reprimir suas vontades, com um ágil
e firme movimento, puxou o zíper do blusão, abrindo-o inteiramente.
Ansiando por sentir a pele dele na minha,
desvencilhei-me só um pouco, agarrei a barra de sua camiseta e a
ergui, o ajudando a se despir. Com o peitoral exposto e os cabelos
caindo no rosto, o homem de olhos arrebatadoramente azuis passou a
admirar o meu corpo, cobiçando-o sem timidez.
Incapaz de me segurar, colei novamente os
meus lábios nos seus e o levei a se ajoelhar comigo sobre a
folhagem. Igualmente ensandecido, Edward encostou a testa na minha e
se debruçou, forçando-me a deitar no chão. Ele fez isso só para
me aprisionar entre os braços e joelhos. O contentamento no seu
sorriso matreiro era indescritível, nitidamente sentia prazer só de
me ver arfar na expectativa do ato.
Edward sempre foi imprevisível. Em alguns
momentos mostrava-se inocente e meigo, enquanto em outros, intenso e
selvagem. O que incita qualquer garota a querer se perder nessas
variações. E eu me perdi. Tanto que demorei a perceber que estava
apertando demais o braço direito dele, onde se encontrava a tatuagem
do rito de passagem. Absorta, também demorei a notar que a lingerie
molhada ficara transparente a ponto de meu namorado rosnar baixinho.
Característica que sempre me enlouqueceu.
De modo torturante ele resvalou os dedos
por minha barriga, os conduzindo lentamente até o fecho dianteiro do
sutiã, o qual facilmente abriu. Instintivamente fechei os olhos,
sendo tocada não só por Edward, mas também pela brisa morna da
ilha. Para retribuir o carinho, coloquei as mãos em seu tórax e fui
contornando os músculos até chegar ao abdômen rígido. Obviamente
não demorei a alcançar o cós do jeans, entretanto, estava em busca
de outra coisa. Por cima do tecido o acariciei e como resultado ele
mordeu o lábio inferior, adorando. Desejando muito mais, abri sua
calça e puxei-a só um pouquinho para baixo, a fim de intensificar a
provocação. Lindo como só ele, o selvagem manteve a boca
entreaberta e suas pálpebras tremularam conforme eu prosseguia com o
agrado.
De repente, quase como se temesse o poder
do meu toque, ele deteve minhas mãos e as imobilizou acima da minha
cabeça. Vendo que eu não reagiria, deslizou as palmas ásperas por
meus braços até tomar os meus seios. O contanto inicialmente
modesto foi apenas mais uma prévia, pois segundos depois senti sua
língua e lábios nos lugarzinhos mais eriçados. Não conseguindo me
conter, deixei alguns gemidos escaparem. Imediatamente o meu namorado
voltou a me observar, e fez isso sem deixar de sugar minha pele.
Aquele homem fascinante e cheio de
contrastes possuía olhos que geralmente irradiavam confiança, vigor
e muita sensualidade. Quando fazíamos amor, ele sempre me domava com
o olhar e tinha de mim absolutamente tudo que queria. Como dessa vez
não estava sendo diferente, permiti que se livrasse do pedaço de
renda que ainda me cobria.
Satisfeito com minha nudez, roçou
ternamente o rosto em minha barriga. Primeiro com o lado direito,
depois com o esquerdo, como que para relembrar porque adorava tanto a
minha pele. Foi impossível não sorrir com o gesto que findou em
minhas coxas. Apertando-as, ele espalhou várias mordidinhas
maliciosas, desde a panturrilha até a virilha.
— Como senti falta do seu perfume —
murmurou, passando suavemente o nariz pela parte interna da minha
coxa.
Não repliquei ou duvidei. Tudo o que fiz
foi fechar bem os olhos. Então aconteceu. Sem hesitar, Edward
beijou-me deliciosamente na região que era só dele. Apesar de não
ser mais o homem inexperiente de antes, nunca se resguardava.
Deixava-se guiar inteiramente pela urgência de me provar. E como
nunca foi um cara “normal”, na sua cabeça não existia
restrições com relação a nós. Tudo se resumia em querer e ter.
Depois de muitas noites em claro deitada na
casa da árvore, imaginando quando Edward finalmente retornaria,
estava sendo o paraíso sentir seus cabelos ondulando com a brisa
sobre o meu ventre. Por isso entreguei-me e arqueei o corpo, gemendo
sem nenhum constrangimento.
O calor gerado pela extrema intimidade era
quase sufocante, não podia resistir ao meu namorado e a sua forma de
me amar. Recompensando-me por reagir exatamente como ele ansiava,
Edward voltou a me encarar, usando agora os dedos para abrasar-me.
Por um tempo, não consegui concentrar-me em nada além dos
movimentos ousados que me causavam súbitas contrações.
Antes que as tais contrações me fizessem
perder os sentidos, ajoelhei-me com o selvagem e beijei seu pescoço.
O local tinha um cheiro gostoso de maresia com um leve toque de
colônia, uma fórmula perfeita que me deixava toda arrepiada. Ainda
assim, tive forças para correr as mãos por seus braços, topando
com algumas já conhecidas cicatrizes. Segui tateando-o até chegar à
nuca. Edward, relaxando, inclinou a cabeça para trás, permitindo
que o lambesse da clavícula até o queixo, onde dei uma chupadinha.
Depois, escorreguei uma palma pelas costas dele e alcancei seu
bumbum. Com um sorriso insinuante ele retribuiu a apalpada, mas logo
se levantou, puxando-me para que eu fizesse o mesmo.
Colocando-me de costas, retirou o blusão e
o estendeu no chão. Em seguida, voltou para trás de mim e
envolveu-me em seus braços. No mesmo segundo, senti sua respiração
descompassada em meus cabelos. Ardendo inteira, perdi o fôlego no
instante em que posicionou uma mão inquieta abaixo do meu ventre e
outra no meu seio. Assim que comecei a contorcer-me ele desafiou o
meu controle, sugando o meu ombro, mordendo-o. Mas só quando o
próprio perdeu as estribeiras e pronunciou o meu nome com devoção
e angústia, foi que ambos atingimos o limite. Não dava mais para
aguentar. Estávamos há muito separados e necessitávamos daquela
conexão física reavivando todos os sentimentos que sempre nos
impeliram a lutar um pelo outro.
Virei-me para Edward e permiti que me
erguesse pela cintura. Mantive minhas mãos firmes em sua nuca
enquanto ele colocava os antebraços por baixo de minhas coxas,
segurando-me de modo a me ter o mais inteiramente possível. Com
minha testa colada na dele, esperei que nos encaixasse e tão cedo
quanto eu almejava, ele assim o fez.
Quando se ama verdadeiramente alguém,
momentos como esse chegam a causar dores no peito, porque a razão
esvanece e todas as emoções se fundem no pequeno espaço. Você
fecha os olhos e sente o homem por quem arriscaria tudo te preencher
sem reservas, impetuoso, usando tudo de si para fazer o seu coração
bater tão forte quanto o dele.
Sintonizei meus movimentos com o de Edward
tentando beijá-lo, mas fazíamos amor tão vigorosamente que eu mal
podia respirar. As sensações latentes faziam-no pressionar o corpo
contra o meu num ritmo tão veemente que não conseguia parar de
gemer. Meus seios inevitavelmente roçavam em seu peito úmido, e com
tamanha proximidade pude enfim abocanhar seus lábios. Semelhantes
aos meus, estavam incrivelmente quentes e trêmulos.
Impactado pelo beijo, o selvagem
cuidadosamente se ajoelhou, deixando-me a vontade sobre suas coxas
que trabalhavam incessantemente junto com o quadril nas investidas.
Esbaforida, inclinei-me para trás, apoiando as palmas no chão para
ajudá-lo com a deleitosa tarefa.
Seu magnetismo me aprisionava, não
conseguia parar de fitá-lo. Com o sol reluzindo em sua face e
cabelos bagunçados, ele também passou a me encarar. Retraindo-me,
mergulhei em um novo patamar de prazer. Instigado pelo que eu sentia,
Edward estreitou os olhos, lançando-me um orgulhoso sorriso torto.
Ele era bom e sabia disso.
Extasiados, extrapolamos na entrega
fervorosa. Abracei-lhe, apertando suas costas levemente suadas e
Edward o meu quadril, liberando a libido que reprimiu por semanas. O
que passei a sentir naquela hora excedeu todas as minhas expectativas
e, num impulso, cravei os dentes no ombro esquerdo dele, sem
conseguir refrear os espasmos no baixo ventre, ou o ardor entre as
pernas. Atingir o clímax me deixou completamente alucinada, mas
ainda pude reconhecer os típicos rosnados do meu namorado que,
inesperadamente, jogou-me sobre o agasalho no chão para se saciar
totalmente. O mantive o tempo inteiro entre as minhas coxas,
oferecendo-lhe tudo de mim para que seu corpo quase incansável
também alcançasse ao clímax.
Indomável e possessivo, ele me encarava
com o semblante atormentado, mostrando o quanto eu o enlouquecia.
Contente, o agarrei para mais um beijo fogoso, que resultou no
selvagem prendendo o meu lábio inferior entre os dentes enquanto
perdia o controle. Logo sua musculatura enrijeceu e não conseguindo
mais reter os sons guturais que delatavam a intensidade do seu
prazer, Edward deixou-se levar.
Após o delirante frenesi, ele continuou
movendo-se, mas agora com suavidade, com carinho. Poucos segundos
depois, arfando muito, acolhi sua cabeça na curva entre o meu
pescoço e ombro, onde só então o meu namorado relaxou totalmente.
E ali ficamos, abraçados, por um tempo que não quis medir.
(...)
Apreciando o som da cachoeira, permaneci
sentada sobre o blusão, encolhida, com o queixo apoiado nos joelhos.
Enquanto refletia, não conseguia parar de fitar a superfície da
lagoa. Isso até o momento em que Edward delicadamente passou uma
folha por minhas costas desnudas, causando-me um gostoso arrepio.
Após o breve carinho, virei o rosto e o
encarei, mas esse olhar que trocamos foi... especial.
Agora sim estávamos em sintonia, novamente atados pela cumplicidade
de se fazer amor. E que amor! Sentia-me não só fisicamente despida,
mas também emocionalmente. Parecia que todos os meus pensamentos se
tornaram audíveis, descomplicados e sinceros. Enxergando-me desse
jeito, livre,
Edward aos poucos foi abrindo um largo, encorpado e inteiramente
satisfeito sorriso, o qual rapidamente me contagiou.
— Quer nadar? — ele perguntou,
indicando a água com a cabeça.
— Quero — finalmente respondi sem
hesitar.
Edward então ficou de pé e estendeu-me a
mão direita. Feliz, fitei sua palma por um segundo antes de
agarrá-la com firmeza e propósito.
O que percebi enquanto observava a
cachoeira, é que encontrar a pessoa certa não garante uma vida
maravilhosa. Mas garante a esperança de uma. E quer saber? A
esperança... já me basta.
***
Eu sofri
com esse cap!!! Kkkkkkk
Vem cá,
agora que você se superou lendo tudo isso, não vai deixar nem um
comentário ou recomendação? Que maldade... kkkkkkkkk Cadê o meu
incentivo para melhorar ou apenas sorrir? Kkkkkkkk Agora falando
sério... Muito, muito obrigada por ler. Toda essa história é
especial pra mim e sinto-me honrada por ter com quem partilhar.
Fiquem ligados no blog (http://lunahnunes.blogspot.com.br)
para saber das futuras novidades. ATÉ A PRÓXIMA!
Twitter:@lunahnunes
Beijos,
Lunah
Awnnnnnnnnnnnnnnnnnn, adorei o capitulo Lunah! Estava com saudades USD. Parabéns, você escreve maravilhosamente bem, sempre escreveu! *O*
ResponderExcluirAh, que saudadeeeeee de USD. *emocionada*
ResponderExcluirSério!! Oh, história fodástica.
E claro que nada sairia muito normal se fora planejando pela Bella e ela tenha que contar com a ajuda desses deliciosos malucos. Certo? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... gente, como eles conseguem complicar situações tão simples????
Eles precisam ser estudados. Sério!!! Kkkkkkkkk.
E obviamente Alice + Heineken = confusão e loucura no nível máximo.
Kkkkkkk. Aliás, fiquei com mó inveja dela. Quero algumas Heinekens também. #xatiada
E o que foi ela “distraindo” o T-Zed?? Kkkkkkkkkkkkkkk nunca pediria ajuda a ela. Só se quiser descobrir “como se transformar em homicida em poucos segundos”...kkkkkkkkkkkkkkkk. Muito louca!!
Kkkkkkkkkkkkk coitada da Bella. Sério!!
Kkkkkkkkkkk passei mal de rir. Alice alcoolizada não presta nem 000000,01%....kkkkkkkkkkkkkkkkkk. E pra matá-la de vez, Emmett com drinque “viagra é poder”....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Nossa, passo mal com esses malucos.
Aaaaaaaaaah eu já estava quase em depressão pela Bella, coitada...sério, estava com o coração apertado. E páh....era tudo uma armação do T-Zed????
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk....pqp....kkkkkkkkkkkkkkkk. Gargalhar é o que aconteceu com todos...certo?? Aniversário da pegadinha e MEGA divertido.
AMEI!!
Pausa...para voltar a respirar....O.O
...
Primeiro essa primeira música é lindaaaaa....e pra “disgraçar” com meu nervosismo mesmo. Eu já agoniada tentando entender o que ele tinha...já quase parindo Reneesme de nervosa...e...aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahh ele SÓ querendo se casar com ela???
Viadei total agora...*emocionada*
Ah, toda a trilha sonora para a parte “romântica-intensa-vou matar vocês” ficou perfeita. E que TUDO.
Ow, Lunah estou embalada nesse amor, nessa intensidade....meio em êxtase aqui que nem sei o que comentar...além de que VOCÊ É MARAVILHOSA.
Sério!! Você se supera. Mescla com maestria a comédia, nos fazendo rir, ou melhor GARGALHAR e depois nos emocionar DEMAIS com o amor deles, nos dá esperança disso ser possível ou só ficar feliz com a fantasia...e nos deixa sorrindo feito bobas e extremamente felizes.
Parabéeeeeeeeeeeeeeeeeens, ficou perfeito!!
Amei demais!!
Xeiro!!
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, morri três vezes agora!! Geente, quanto romance!!! E esses amigos da Bella? Geente, muita maldade, saashusahuashuasas esse bolo foi terrível!!!! hasuashuasusahasuashuashu
ResponderExcluirQue saudades, isso é incrível!!!
ResponderExcluirPerfeito! Sem mais... Adorei essa cap. bônus =) deu pra matar a saudade de USD e perceber que de qualquer forma todos seus personagens vai ficar no nosso coração para sempre!
ResponderExcluirLunah,vc é definitivamente a melhor escritora q eu "conheço",o jeito q vc escreve é único e especial,é como se vc colocasse toda sua alma,dedicação e esforços na história.Lendo eu me sinto como parte da história,muitas vezes oq vc escreve me ajuda a compreender muitas coisas,suas histórias ja conseguiram me fazer superar tantas coisas,me ensinaram a lutar e a enxengar a felicidade nas pequenas coisas (inclusive num cap bônus).Muito obrigada por escrever histórias tão maravilhosas e perfeitas q nos ajudam tanto,pelo menos comigo.Acho q vc nunca vai entender o quanto suas histórias ja me ajudaram e continuam ajudando.Seja sempre essa pessoa tão maravilhosa com uma imaginação única.Parabéns e muitas felicidades pra vc,seu namorido e suas sobrinhas-filhas. :) -@Suzana_17-
ResponderExcluirUau! Que incrível este capítulo bônus! Só tenho uma coisa a dizer: eu definitivamente amooo essa história. Lunah eu não sei como, mas você consegue construir cenas tão incrivelmente emocionantes, reais e lindaas! Parece filme! Sem contar com seu talento com a escrita! USD É HIPEER! Eu ameei!
ResponderExcluirNOSSA. QUE SAUDADE DESSA ESCRITA..
ResponderExcluircap. bonus lindo e mais que perfeito...tudo com os temperos que só vc lunah possui
te adoro..te amo... e nunca te esqueço
bjos
maisa. (may-swan)
Lunnaaaaaaah!!! que saudade de vc!!! amei o cap bonus! tava com saudades das loucuras dessa galera e desse casal liiindo!! estou ligada no blog aguardando novidades!!! beeeeijos Gesi
ResponderExcluirAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH tô pra ter um treco!
ResponderExcluirNossa que cap perfooooooooooooo, amei amei amei
Trazer o T-zed de volta todo cabeludo e malhado foi mara! Faltei fazer xixi nas calças com a doida da Alice e o "pinto preto" xD. Só tô meio indignada pela bellinha não ter aceitado o pedido de casamento do selvagem, se fosse eu dizia SIM pro bofe na hora!
Pois é, passei esses tempos lendo uns livrin, mas tava mesmo com saudade das suas histórias, e o quanto são divertidas, imprevisíveis, que trazem verdades e ensinamentos sobre a vida. Me sinto honrada de poder ler suas histórias, aprender com elas e levá-las para minha vida. Cara sou fãzona sua! É incrível como alguém que passa por vários momentos difíceis, tem uma rotina pesada e estressada está sempre com um sorriso e tirando graça de alguma coisa, arrumando tempo mesmo não tendo para se dedicar ao que mais gosta de fazer e partilhar com outros, é maravilhoso. Você é um exemplo pra mim, principalmente por ser maluca e arroxada do jeito que você é!
Beijos gigantes e arroxados!
Lunah!!!!!!
ResponderExcluirQue sdds de vc, e que reviravolta deu sua vida. Fico admirado com a GUINADA que vc deu pra cima, ainda mais com esse CAPitulo maravilhoso q vc postou....
Amei a sintonia e a historia do aniversário, achei tudo incrivelmente perfeito e conduzido pra ser escrito assim
PARABENS!!!
CONTINUE SEMPRE ASSIM.
Bjs
Felipe Castanho
Ok, eu não resisti, deveria estar estudando, mas, cá estou!
ResponderExcluirLunah,
Depois você ainda tem a cara de pau de dizer que não sabe escrever lemons ou que se sente desconfortável. Sério, depois desse bônus a senhora está proibida de usar essa desculpa! Foi uma das cenas hot mais lindas, romanticas, excitantes e incríveis que já li. E olha que eu adoro lemons!!!
Claro, não posso deixar de comentar sobre os momentos hilários, não é?! Luh, você tem o dom de fazer as pessoas rirem, de deixá-las mais alegres e felizes. Esse dom é um poder, gata, use-o!!!
Obrigada por nos proporcionar esses momentos incríveis.
NOSSA que saudade eu estava de ler uma história que realmente me tira verdadeiras risadas, fazia tempo que eu não leio algo assim. Só vc mesmo Lunah, parabéns tudo de bom e que vc continue assim.
ResponderExcluirFORÇA NA PERUCA...KK
Bjs com muita purpurina.
Carolline
AAAAAAAAAH DEUS DO CÉU. TO HISTÉRICA ,YEEEES,SEM CONTROLE NENHUM.
ResponderExcluirLunah minha filha,vou ter que ir por partes,se não já era.kkkkkkkkkk'
Assim que soube do bônus vim correndo e deveria estar estudando pras provas de mais tarde XD Não resisto.
Já fiquei maluca quando vi que teria bônus,claro,por favor USD é vida,ô fic fácil de amar!
Eu e minha amiga no msn se engasgando de tanto rir com a tentativa da Bella de fazer um mega niver pro Edward,quanta trollaçãoooo,kkkkkkkkkk' fiquei com pena dela,pura verdade.
Alice doidona cara,pelo amor,morri legal.KKKKKKKKKK' Cada perola dessa menina.
Imagina???! Meu pai,me abana,Carlisle com viagra.kkkkkkkkkk' Vem cá baby,deixa eu cuidar disso ~parei
Essa turma só apronta e eu me divirto!!
Jasper e as esquisitices,eu raxooooo com ele falando em 3° Pessoa,socorro.ussushsshsu'
A partir do fim da lembrança da Bella a questão "pedido de casamento" me veio a mente e cara,o resultado foi completamente inesperado!!
Tentando não surtar com a cena deles se amando,por favor,chorei e ainda as musicas condenam né?! ~salvei na minha lista~
Ameeeeeeeeeeeeeeeeei pra C**** ...ops,Carambaaaaa!
Como sempre,jamais me arrependo de ler algo seu,li isso aqui em minutos! Devorando totalmente,quando o negocio é bom agente perde a noção de tudo né?! ushsushsushsu'
Fala sério,pra mim você é modelo,oh escrita maravilhosa e gostosa de ler!
Yes,sou sua fã~total
Amo demais suas fics,não canso de surtar com elas e quase morrer de tanto rir,seja engasgada,ou seja por falta de ar.kkkkkkkkkkk'
Parabéns Lunah,você consegue nos divertir e até melhorar o dia de uma pessoa-lea-se:eu- com suas fics,continue sempre assim
E beijo pra Tammy,kkkkkkkkk' adoro falar com ela,mas ela me abadona :( kkkkkkkkkk'
Beijos pras duas e até a próxima fic!!
E claro: Team T-zerd foreveeeeeer <3 õ/
Alexia Freitas (@lexiifreitas)
P.S: LUNAH FAZ FAVOR,VOCÊ É FODAAAAAAAAAAAAAAA.KKKKKKKKKKKKKKK'~PAREI
Bruna Machado
ResponderExcluirOMG eu nem sei por onde começar!Estava com saudades de ler as suas fics e resolvi vir aqui reler USD,eu já sabia do bônus e fiquei muito surtada quando entrei na página e vi que ele havia sido postado.Mandei pra Alexia na hora!E nós compartilhamos as mesmas emoções que vc nos dá com cada pequena frase tua...<3
OMG com T-zed distante e já o conhecendo como conhecemos eu não pude deixar de pensar que ele estava preocupado com o possível pedido de casamento! *------* E então,veio a Bella relatando o aniversário dele...AI.MEU.DEUS!!!Eu não posso deixar de falar o quanto é revigorante ler cada linha que vc escreve!Melhora o dia de qualquer pessoa!!!Eu passei mal de tanto rir-como sempre faço com tds as fics suas-Alice aprontou geral com a Bella coitada,e assim como ela nós caímos direitinho!Fala sério,Alice já nasceu bêbada!LMAO!E claro que não podia faltar os hilariantes Emmett e Jasper,que voltou a falar na 3ª pessoa!Eu me acabei de rir!E o bolo do pinto preto?!!!OMG,eu estava quase chamando a ambulância já aqui de tanto que passei mal de rir!E o viagra?! Nem comento!
E então veio T-zed e Bella na cachoeira...eu fiquei louca com a Bella no começo!KKKKKKKKKKKKKK E então,veio o final perfeito que só vc sabe fazer e que arrancaram lágrimas de mim mais uma vez,como todo o resto da história fez...
Eu só queria falar o quanto vc é fodástica e o quanto eu te admiro de vdd,de coração.Com o seu dom para escrever essas fics e ter idéias são fascinantes,nos arrancando lágrimas de agonia,tristeza,felicidade...vc alegra o dia de qualquer um,nós leva a outro mundo onde nos podemos nos desligar desse e sermos felizes.Pessoas como vc não podem para nunca de fazer um ato desses e é por vc ter mudado tantos dias meus e parte da minha vida que mesmo sem te conhecer posso dizer que te amo,e muito,muito obrigada mesmo por nos presentear com suas maravilhosas histórias <3
P.S:VOCÊ É FODAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA DEMAIS.2 KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Bjs.Bruna ^^
Lunah, sua linda! Que saudade que eu estava de ler suas fics, você faz falta neste mundo e quero salientar, que queria ler uma fic sua com algum tema adulto, de investigação, coisas assim, Fica uma diquinha para a sua vasta imaginação, haha! Menina, que loucuraaaaa esse bônus! Eu fui inventar de ler as 3 da madrugada, quase que acordo toda a casa de tanto rir, KKKKKKKKKKKK! Espero que volte logo com suas fics, linda. Beijos, saudades!!!!
ResponderExcluirPoxa que lindooooo! tava com saudades de suas historias e ter algo de usd me levou a loucura! sempre imaginei como a Bella e o T-zed estariam e saber que e assim ... fiquei emocionada e ri bastante lembrando de cada cap q li.... Lunah obrigada por fazer melhor esse dia com essa postagem inexquecivel... espero q em breve possa ter novidades p/gente.. bjo fica com Deus
ResponderExcluirNossa, ameiii...
ResponderExcluirQuase todos os dia eu vinha aki pra ver se tinha mais capítulos ou coisas novas, e quando eu vi esse bônus, quase morri..
Adorei, Edward e Bella tendo um momento só deles assim, foi lindoo.
E parabéns Lunah, vc escreve muuuuuuito bem..
As melhores fanfics são as suas.
Como sempre você arrasou Lunah! Sempre escrevendo e mostrando sentimentos tão lindos e honestos. Adorei, como adoro tudo oq você escreve :D
ResponderExcluirAIIII COMO EU TAVA SENTINDO SAUDADE DAS SUAS HISTÓRIAS LUNAH!!! SIMPLESMENTE AMO USD E TODAS AS HORAS!!!! PERFEIÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirVou ter de esperar muito para uma nova fic sua? *_*
ResponderExcluirPerfeito ... só tenho a dizer isso ...
ResponderExcluirNem tem como alguém contestar.. voc é mesmo a melhor !
ResponderExcluirsaudade imensa.. muito perfeito !
Fazia MUITO tempo que eu não ria tanto!!! Sério, quase chorei de rir! XD Mas esse final... Oh... My... Lord... O QUE FOI ISSO!!??? PERFEITOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!! Ah, Lunah... não tem jeito. Só mesmo vc com suas histórias para curar qualquer depressão e/ou mau humor! Muito obrigada, viu?? Vc é UMA ESTRELA CINTILANTE!!!!!!!!!! *O* Bjãooooooo!!!!!!!
ResponderExcluir
ResponderExcluirTão feliz... não sabia que tinha bônus, mas agora me conectei com o blog, face e twitter e não vou perder a Srª de vista...
Nossa... O que dizer desse bônus??? Simplesmente fantástico assim como toda a história... O T-zed compreensivo, carinho e romântico (a sua forma). A Bella louca, apaixonada, atrapalhada e adulta... nem sei direito o que dizer, são tantas emoções (hehehe) e sensações...
Muitas risadas com a pegadinha do T-zed para cima da Bella... Alice louca e destrambelhada, rainha das armações... O Jazz com a recaída da terceira pessoa, confesso sinto saudades... O Emm muito louco, o Pancinha... kkkkk... Esse garoto é uma piada... mas tbm com esse nome, Tobb... só poderia ser...
E caramba, esse love dos dois no meio da mata... O q foi isso??? Quero um homem desses, serio... Me senti, nem sei como me senti... mas confesso que senti as emoções da Bella como se fosse comigo, não no sentido pervertido da coisa, mas sim em todo o resto, pois isso num foi "fazer amor", isso foi uma conexão cósmica, uma união de almas... nossa arrepiei inteira, nem em amanhecer senti isso... incrível...
Parabéns Lunah!!! Estou esperando a próxima aventura...
Bjus e volte logo, que estou com saudades desse povo louco que sai da sua cabeça...
Nossaaaaaaaaaaaaa... to tentando respirar ainda....
ResponderExcluirMaravilhoso o bonus . Foi muitobom ter mais um pouco do selvagem e dessa Bella , ajugou a alegrar meu dia e dar algumas risadaaas, muitoooooooo obrigadaaaa. T +
so posso dizer o quanto amei esse cap bonus...muito lindo msm..se coraçao Lunah voce é a melhor...
ResponderExcluirCompletamente sem folego. Perfeito como sempre e a trilha sonora então? Não tem comentários para descrever esse cap. ou melhor não tem como descrever USD. Lunáhtica pra sempre.
ResponderExcluirLunah minha linda. Vc como sempre arraza é a melhor das melhores. Continue assim. *-*
ResponderExcluirLunah minha musa de todas às autoras! Você sempre se supera, sem dúvidas Deus te de um dom que vc usa muito bem porque tudo que você escreve é perfeito! Preciso de mais histórias, luh posta pra gente ser feliz! ;D
ResponderExcluirAmeiiiiiiiii este capitulo bônus ^^ fiquei mega surpresa, pois fazia dias, meses e ano que não vinha por aqui!! Parabéns
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